Paredes de Coura: Pulp estão bem vivos e recomendam-se - TVI

Paredes de Coura: Pulp estão bem vivos e recomendam-se

Jarvis Cocker e companhia recordaram êxitos de décadas passadas com uma energia invejável

Relacionados
Na noite em que a música regressou ao palco principal do festival, os Pulp dominaram as atenções com um concerto que certamente irá figurar no álbum das melhores recordações do Ritek Paredes de Coura 2011.

Dois anos após o espectáculo a solo no mesmo palco, Jarvis Cocker voltou agora com a banda que lhe deu fama durante os anos 1990. Há quase duas décadas, os Pulp navegavam na crista da onda brit pop, movimento que tem voltado a ganhar força nos últimos anos. O regresso ao activo valeu não apenas pela nostalgia, mas também mostrou que parece haver vivacidade suficiente para novas aventuras discográficas (o sétimo e último álbum data de 2001).

Jarvis continua o animal de palco que o público do Paredes de Coura conheceu em 2009. A dose certa de teatralidade e a vontade de falar com a plateia valeram-lhe pontos junto dos fãs. Houve mãos balançadas no ar para «Pink Glove», citações a Honoré de Balzac («que morreu neste dia há muitos anos», recordou o vocalista) e votos de feliz aniversário ao amigo Aphex Twin.

O líder dos Pulp partilhou uma garrafa de cerveja com o público e chegou mesmo a perguntar o nome do Piruças, o cão amarelo de borracha, figura já habitual no festival minhoto e que não quis faltar ao concerto do grupo britânico.

No recordar de alguns dos melhores momentos da carreira, os Pulp foram ao baú buscar «O.U.» (tocada esta quinta-feira pela primeira vez ao vivo neste século), «Razzmatazz» e a simpática melodia de «Something Changed» (canção que Jarvis disse ser sobre o destino, coisa, porém, na qual não acredita - «É tudo uma treta», explicou).

Os pés fugiram definitivamente para a dança em «Disco 2000», um dos sucessos maiores dos Pulp, e nem a longa viagem por «F.E.E.L.I.N.G.C.A.L.L.E.D.L.O.V.E» quebrou com o ritmo do espectáculo. «Mis-Shapes» e «Hardcore» foram outras das jogadas certeiras de um concerto que terminou em grande com os refrães explosivos de «Common People».

«Passámos o teste?», perguntou Jarvis à plateia de milhares que encheu o anfiteatro natural do recinto. A julgar pela resposta, os «novos» Pulp estão definitivamente aprovados e serão sempre bem vindos em Paredes de Coura.

Durante o dia, os concertos quase em simultâneo entre os dois palcos, novidade este ano em Paredes de Coura, deram uma nova dinâmica ao recinto, com pequenas romarias de curiosos que iam experimentando as sonoridades dos Murdering Tripping Blues, Crystal Stilts, Here We Go Magic, Twin Shadow e We Trust.

Ao cair da noite, o Palco Ritek recebeu as Warpaint e os Blonde Redhead num feliz encontro entre a dream pop e o indie rock. As californianas trouxeram o primeiro e único álbum que editaram até ao momento, «The Fool» (2010), enquanto que o trio composto pelos gémeos italianos Amedeo e Simone Pace e a japonesa Kazu Makino apresentaram as canções de «Penny Sparkle», o seu oitavo disco de estúdio.

Esta sexta-feira haverá mais música com os Kings of Convenience, Battles, Trail of Dead, Marina & The Diamonds, Deerhunter e Metronomy, entre outros.

Os horários das actuações:

Palco Ritek

- Marina & The Diamonds (01h10)

- Kings of Convenience (23h20)

- Deerhunter (21h50)

- Battles (20h40)

- Trail of Dead (19h35)

- The Joy Formidable (18h30)

Palco 2

- Chapel Club (21h30)

- Summer Camp (20h15)

- Le Butcherettes (19h05)

- You Can't Win Charlie Brown (18h00)

Palco After Hours

- Mixhell (03h10)

- Metronomy (02h00)

Palco JN

- Meu e Teu

- Erro

Jazz na Relva

- Susana Santos Silva Trio
Continue a ler esta notícia

Relacionados