«Não faço nada sem acreditar»
Questionado por José Alberto Carvalho sobre o seu sucesso em Portugal e em Angola, o cantor afirmou que não esperava ter tanto êxito no nosso país.
Anselmo acreditava ter mais possibilidades de singrar no seu país, por ser a cultura dele, mas Portugal, segundo o cantor, estava fora do seu «campo de imaginação».«Não faço nada sem acreditar, sem achar que vai dar certo, mas não esperava este sucesso todo, em Angola, e principalmente em Portugal».
O cantor admitiu que os maiores fãs se inserem no «leque juvenil» e, em tom de brincadeira, considerou a possibilidade de muitas crianças em Angola o verem como «uma criança grande».
Anselmo desvalorizou a possibilidade de ser melhor que qualquer outro artista, e atribuiu ao seus sucesso um «toque divino».
Os óculos não são só uma questão de «estilo»
Os óculos escuros são algo que suscita curiosidade entre muitos, Anselmo Ralph admitiu que apesar de não se tratar apenas de uma questão de estilo, houve «uma fase em que eram os dois».
O artista angolano sofre de «miastenia grave, um problema muscular» que começa «por paralisar e tirar a força dos músculos».
Anselmo disse que os olhos, as pálpebras e o movimento ocular, são afetados e que o acessório é uma forma de se proteger das luzes. O cantor admitiu, no entanto, que «cria uma certa curiosidade entre as pessoas».
«Podes tirar um africano de África, mas tirar África do africano é muito difícil»
O artista viveu dois anos em Portugal, entre os 3 e os 5 anos de idade, mas não se ficou pela lusofonia. Viveu também em Espanha, e nos Estados Unidos, de onde afirma ter recebido influências positivas no mundo da música, que o permitiram «pensar fora da caixa».
Afirma, no entanto, que Angola é a sua influência maior, tendo o espírito angolano muito enraizado. Fazendo uso de um ditado popular afirmou com um sorriso na cara «podes tirar um africano de África, mas tirar África do africano é muito difícil».
«Sou um fruto»
Anselmo Ralph considerou-se «um fruto», e assegurou que foi graças à mudança de pensamento e mentalidade, e ao acréscimo de novos gostos musicais pelos portugueses que teve sucesso.
Para encerrar o telejornal, o cantor presenteou os portugueses com o tema «Única Mulher», genérico da próxima novela da TVI, com o mesmo nome.«Podia fazer a melhor música do mundo, se a cultura portuguesa não se abrisse à música africana, havia de ser sucesso em Angola, e não cá».