O calor dos primeiros acordes reggae começou a chamar mais público - os oito passaram a 50... que mais tarde passaram a 300. A banda de Carcavelos encarou o concerto com profissionalismo e sem olhar ao número de espectadores abaixo das expectativas.
A festa em palco e nas primeiras filas da plateia foi feita com punk rock, reggae e ska, a receita ideal para aquecer os ânimos em noite de recepção aos havaianos Pepper. Os B!rd mostraram ter fãs em Santa Cruz com as letras das suas canções na ponta da língua, apesar da banda ainda não ter editado o seu primeiro longa duração.
De braço engessado, o vocalista Zee não se cansou de «puxar» pelo público ao longo dos cerca de 60 minutos de concerto. Os B!rd deixaram boas indicações e estiveram à altura na hora de abrir caminho para uma das bandas que têm como referência: os Pepper.
Diversão made in Havai
Os havaianos trouxeram as primeiras demonstrações de mosh e crowd surfing para o festival, alternando entre momentos mais pesados de punk rock e a descontracção do reggae. Apesar do frio na Praia de Santa Rita, o trio apareceu em tronco nu e pronto para aquecer a assistência que terá rondado as 1500 pessoas que se juntaram frente ao palco principal.
«Point and Shoot», «Give It Up» e «Use Me» foram alguns dos temas rodados em palco. Para os Pepper, o que importa é a diversão e isso vê-se nas letras das canções - sexo e muita farra, álcool e erva são temas dominantes.
No regresso a Portugal, a banda mostrou muito entrosamento com o público e fez subir ao palco alguns admiradores. O
jovem André foi um deles e realizou um «dueto» com o baterista Yesod Williams. Enquanto preenchia o solo de bateria com um toque extra de badalo ( cow bell), era aplaudido pelo público e invejado pelos seus amigos.
Bret Bollinger, no baixo, e Kaleo Wassman, na guitarra, foram os principais mestres de cerimónia de uma festa bem animada. Declararam o seu amor pelo nosso país, elogiaram o público português e quiseram oferecer shots de tequila aos fãs (por conta do hotel onde estão hospedados, avisaram).
Não faltaram também os trocadilhos com o nome da cidade natal do trio, Kailua-Kona, e o calão português. Foram quase duas horas de concerto que apresentaram uns Pepper com a corda toda, bem humorados e até com vontade de tocar versões dos Nirvana («Smells Like Teen Spirit») e dos Rage Against The Machine («Bulls On Parade»).
O DJing encerrou mais uma noite do Santa Cruz Ocean Spirit - a dupla portuguesa Stereo Addiction ficou encarregue de animar os mais resistentes até às 4h00 da madrugada.
Este domingo, o Acto 1 do festival termina com Marcelinho da Lua & MC Angelo B, Takana Zion, Freshkitos e The Ranglers.