Paredes de Coura despediu-se dos Nine Inch Nails - TVI

Paredes de Coura despediu-se dos Nine Inch Nails

Banda de Trent Reznor teve actuação suada naquele que poderá ter sido o «último» concerto em Portugal. Fotos e vídeos do terceiro dia do festival

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Foi uma despedida bem suada, mas sem sentimentalismos, aquela a que se assistiu esta sexta-feira em Paredes de Coura. Os Nine Inch Nails deram o «último» concerto em Portugal num recinto a abarrotar de público.

A digressão chama-se «Wave Goodbye» e foi o próprio Trent Reznor que anunciou que iria deixar a banda de lado durante algum tempo a partir de 2010. Depois da estreia dos NIN no nosso país em 2007 - e logo com três concertos no Coliseu de Lisboa - a curiosidade era muita para ver o que reservava este espectáculo de despedida.

Intenso q.b., mas com alguns tempos mortos, o espectáculo durou cerca de hora e meia e, para além das passagens «obrigatórias» por «Head Like A Hole», «Wish» e «March of the Pigs», houve também algumas surpresas. Uma delas foi «I'm Afraid of Americans», fruto da colaboração com David Bowie em 1997.



De fora do alinhamento ficaram, inesperadamente, os novos temas do último disco «The Slip», bem como uma das canções mais conhecidas da banda: «Closer».

Se nos momentos mais intensos e violentos, os Nine Inch Nails são exímios em palco, já nos períodos introspectivos («La Mer» e «Gone, Still») o concerto sofreu uma quebra óbvia de ritmo que só foi recuperada pela energia de «Wish».

Habitualmente parco em palavras, Trent Reznor ainda deixou escapar alguns elogios ao local do festival («cool place to play») e ao público português («great audience»). De facto, os fãs lusos vão certamente deixar saudades aos NIN, depois de um concerto que levantou poeira com muito mosh e de letras cantadas em uníssono.

«Hurt» deu por terminada a actuação de forma arrepiante. Milhares e milhares de vozes acompanharam Reznor em cada verso e refrão da tão melancólica canção. E foi com apenas alguns acenos que os norte-americanos se despediram de Portugal. Houve quem saísse de sorriso rasgado nos lábios, mas também quem quisesse mais.



Terceira noite acabou com chuva

A terceira etapa do Paredes de Coura 2009 começou com os portugueses Mundo Cão, que estiveram em bom plano na apresentação do mais recente disco «A Geração da Matilha».

Os Portugal. The Man actuaram pela primeira vez no país que lhes emprestou o nome. Uma estreia bem sucedida e que, através da voz de John Baldwin Gourley e de alguns elementos sonoros mais experimentalistas, fez lembrar, por vezes, The Mars Volta.

Às 21h20, os ingleses Blood Red Shoes conquistaram, tema a tema, o público do festival. O palco não foi demasiado grande para a dupla Steven Ansell e Laura-Mary Carter, que mostrou uma dinâmica invejável e uma mão cheia de boas canções rock saídas apenas de uma bateria e uma guitarra. A energia de «I Wish I Was Someone Better» selou o concerto de forma perfeita.

O público de Paredes de Coura também esteve com Peaches, a canadiana que entrou em palco com um vestido que fazia lembrar uma cebola. O despe, veste e torna a despir não levou a rainha do electroclash à nudez, mas o maillot cor de pele ainda deve ter enganado alguns.

«Shake Yer Dix», «Boys Wanna Be Her» e «Fuck The Pain Away» receberam a aprovação de uma plateia aberta aos trocadilhos sexuais da antiga professora. Espectadora atenta do concerto dos Nine Inch Nails, Peaches levou ainda o público a tirar a roupa e a agitar camisolas e t-shirts no ar.

Logo após o final do concerto dos Nine Inch Nails, Kap Bambino e Punks Jump Up animaram o palco After-Hours. A chuva fez questão de se juntar à festa para a infelicidade de todos os que já tentavam dormir nas respectivas tendas. Este sábado, com The Hives como cabeças-de-cartaz, adivinha-se bem molhado.
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