Devemos mesmo beber leite quando somos adultos? Calcifique aqui as suas certezas - TVI

Devemos mesmo beber leite quando somos adultos? Calcifique aqui as suas certezas

Leite (Pexels)

Quando a bebida está nas mãos de uma criança, ninguém vê problemas. Mas no caso de um adulto, o caso pode mudar de figura. 

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Afinal, os adultos precisam de leite? Há quem argumente que os humanos são os únicos que continuam a beber leite nesta fase da vida. Sobretudo, leite de uma espécie diferente, como o de vaca. E foi à custa desta críticas que chamámos duas nutricionistas.

“Devido à sua riqueza em proteínas, hidratos de carbono, lípidos, vitaminas e minerais, o leite parece ter uma importância fundamental ao longo de todo o ciclo de vida”, resume a nutricionista Cristiana Brito, do Hospital Lusíadas Amadora.

Já Sónia Santos, nutricionista na Clínica Ana Silva Guerra, diz que discutir este tema pode dar a sensação de se “comprar uma guerra”. Mas é categórica: “Um consumo equilibrado de leite na vida adulta pode trazer benefícios para a saúde, como o fornecimento de cálcio para fortalecer os ossos e a proteína para a construção muscular. Além disso, também é uma fonte de vitaminas essenciais, como a D e a B12”.

A roda dos alimentos, lembram, recomenda duas a três porções por dia.

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Mais do que cálcio

Quando falamos de leite, há uma coisa que se refere com muita frequência como benefício: o cálcio. Mas este alimento “apresenta toda uma riqueza nutricional que faz com que o seu consumo seja recomendado em todas as faixas etárias”, diz Cristiana Brito.

É fonte de proteína, vitaminas B2, B12, A e D e minerais como potássio, zinco, fósforo, iodo e magnésio.

Mas o tão famoso cálcio do leite pode ser encontrado em muitos outros ingredientes, confirmam as nutricionistas. Em vegetais de folha verde escura como espinafres, couves, brócolos. Em frutos oleaginosos como amêndoas ou avelãs. Ou em vários alimentos disponíveis nos supermercados com a referência de que foram enriquecidos com cálcio, como as bebidas vegetais ou os cereais de pequeno-almoço. Pode também encontrá-lo na sardinha em lata ou na gema do ovo.

“É importante ter em consideração que o cálcio adquirido através do consumo de laticínios é mais facilmente absorvido a nível intestinal. Os outros alimentos podem conter componentes que reduzem essa absorção”, avisa Cristiana Brito.

Ou seja, precisa de comer maiores quantidades para ter o mesmo efeito. Quer um exemplo? Precisa de ingerir 170 gramas de amêndoas torradas para ser absorvida a mesma quantidade de cálcio presente em 250 mililitros de leite de vaca.

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Combate a osteoporose?

O leite é-nos muitas vezes vendido como o nosso principal aliado no combate à osteoporose. Prometem-nos ossos fortes.

“Mas será que é essencial para a saúde óssea? A resposta é um redondo não. Afinal, ainda não existem estudos que comprovem que quem bebe mais leite tem menos fraturas ou risco menor de contrair osteoporose”, começa Sónia Santos.

Esta nutricionista reforça que “aquilo que realmente previne a osteoporose são treinos de força e impacto como andar, uma exposição solar diária ou suplementação em vitamina D. Além disso, o tabaco e o álcool devem ser evitados ao máximo”.

Já Cristiana Brito recorda que a partir dos 30 anos poderão existir perdas de massa óssea e que o consumo de leite é “importante para evitar essas perdas e prevenir o desenvolvimento de doenças como a osteoporose”.

“Em indivíduos com idade avançada, é frequente verificar-se a diminuição de massa muscular, tornando-se importante o consumo de proteínas de alto valor biológico, como as que se encontram neste alimento”, completa.

Em resumo, o leite é uma ajuda, mas por si só não faz diferença.

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E se for intolerante à lactose?

Também com o passar da idade, o leite pode tornar-se mais difícil de digerir para algumas pessoas. Nestes casos, em que há intolerância à lactose, seja em que idade for, convém arranjar alternativas.

“Com o passar dos anos, o nosso organismo produz menos lactase. É algo normal e fisiológico. A lactase é uma enzima responsável pela digestão da lactose e o açúcar predominante no leite de vaca. Logo, é normal que, com o avançar da idade e o menor consumo de lacticínios, nos sintamos indispostos quando bebemos leite. Ainda assim, esta é uma questão que não é generalizada”, descreve Sónia Santos.

Mas, se não quer perder o sabor do leite ou passar para as bebidas vegetais, aqui fica uma alternativa, segundo Cristiana Brito: “o leite sem lactose poderá ser uma solução para o consumo deste alimento tão rico do ponto de vista nutricional, mantendo uma digestão facilitada”.

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