«Ele [Paulo Núncio] tem que perceber que a confirmação de uma lista destas é a confirmação de uma ilegalidade enorme que se cometeu nos serviços que ele tutela, e portanto ele não pode ficar indiferente a isso, não pode. Não pode não tirar responsabilidades políticas disso. Não é sacrificando mais uma vez os funcionários que se salva a pele do secretário de Estado», afirmou a comentadora no espaço de análise nas «Notícias às 21:00».
Para Constança Cunha e Sá, a ideia de que existe uma «rebaldaria» na Autoridade Tributária, em que funcionários acedem indevidamente a processos fiscais, e que a forma de o Estado resolver isso é criando uma lista VIP, configura uma enorme desconfiança em relação ao Fisco e mostra também a deterioração da administração pública.
A lista VIP «é a confirmação de que a máquina fiscal não consegue garantir o sigilo fiscal de todos os cidadãos. Não há dúvida nenhuma que o secretário de Estado, neste momento, não tem qualquer legitimidade política, não tem qualquer autoridade, e se não se demitir, (…) é, no fundo, um verbo-de-encher que está ali no Governo, porque ele não vai acrescentar mais nada», concluiu a jornalista.
Constança Cunha e Sá considera «insustentável» que a ministra das Finanças, como responsável máxima da Autoridade Tributária, não tenha dado ainda explicações sobre a matéria. Para a comentadora, Maria Luís Albuquerque tem a obrigação de dizer aos portugueses o que se passa em matéria de Fisco e quais são as garantias que o Estado oferece em matéria de sigilo fiscal, porque «o que a lista VIP prova é que o Estado não está em condições de garantir o sigilo fiscal dos portugueses».