Novas Oportunidades: críticas no Parlamento - TVI

Novas Oportunidades: críticas no Parlamento

(Foto Cláudia Lima da Costa)

PS e PSD levaram para a AR a polémica em torno do programa que tem agitado a campanha eleitoral

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PS e PSD levaram esta quinta-feira para o Parlamento a polémica em torno do programa Novas Oportunidades que tem agitado a campanha eleitoral, com CDS-PP, PCP e PEV a juntarem-se também ao «coro» de críticas sociais-democratas, escreve a Lusa.

O programa Novas Oportunidades foi debatido na comissão permanente da Assembleia da República por iniciativa do PS, que voltou a condenar a tentativa do PSD de «descredibilizar a iniciativa» e «levantar a suspeição» sobre milhares de cidadãos que foram certificadas.

«Não temos nada contra quem ao longo da vida teve todas as oportunidades e a soube aproveitar, defendemos é intransigentemente que o Estado seja um equilibrador de assimetrias e assuma a sua função de conferir oportunidades», afirmou a deputada socialista Paula Barros, que terminou a sua intervenção citando o Presidente da República sobre a qualificação dos portugueses.

Já no final do debate, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão, corroborou as acusações ao PSD considerando que a atitude do partido foi «um insulto ao sacrifício, ao estímulo, ao trabalho e à capacidade de aperfeiçoamento de muitas centenas milhares de portugueses».

Pelo BE, a deputada Cecília Honório juntou-se nas críticas ao PSD, considerando que o partido «mais não quis do que passar um certificado de burrice aos milhares de portugueses que beneficiaram de uma segunda oportunidade», numa referência às declarações do líder social-democrata que segunda-feira defendeu a realização de uma auditoria externa a um programa que classificou como «uma mega produção que mais não fez do que estar a atribuir um crédito e uma credenciação à ignorância».

O líder parlamentar do CDS-PP, Pedro Mota Soares, tentou demarcar-se das palavras proferidas pelo líder do PSD, mas apontou também algumas críticas às Novas Oportunidades, nomeadamente ao facto do alunos deste programa terem regras «muito mais fáceis» para aceder ao ensino superior do que os alunos do ensino regular.

«As Novas Oportunidades não podem ser só qualificar para certificar, quando a lógica tem de ser garantir a estas pessoas um conjunto de novas capacitações profissionais», frisou Pedro Mota Soares.

Bastante mais duro, o deputado do PCP António Filipe disse que tanto PS e como PSD «têm uma atitude lamentável» em relação ao programa Novas Oportunidades.

«É lamentável a forma como o presidente do PSD qualificou os cidadãos que recorrem ao programa, assim como é profundamente deplorável a instrumentalização político- partidária para efeitos eleitorais que o Governo e o PS querem fazer relativamente aos cidadãos que frequentaram o programa», referiu o deputado comunista, acompanhando os sociais-democratas nas críticas à ausência de uma avaliação sobre os resultados do programa.

Mais moderada, a deputada do partido ecologista Os Verdes classificou a polémica em torno das Novas Oportunidades como uma «historieta» criada para que socialistas e sociais-democratas consideram marcar as suas diferenças.

Pelo PSD, o deputado Pedro Duarte insistiu na explicação que o líder do seu partido tem vindo a fazer nos últimos dias, garantindo que «o PSD é absolutamente favorável aos esforços de qualificação e de formação da sociedade portuguesa», mas condena a forma como o PS usou as Novas Oportunidades para «fins e manobras meramente eleitoralistas» e critica a ausência de uma avaliação dos seus resultados.
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