Comício marca maior viragem na esquerda - TVI

Comício marca maior viragem na esquerda

Debate parlamentar - Foto de Mário Cruz para Lusa

Líder do BE fala de «diálogo sem barreiras» entre personalidades de vários quadrantes da esquerda, unidas contra as desigualdades sociais e a corrupção em Portugal

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O líder do Bloco de Esquerda afirmou esta quarta-feira que o comício de terça-feira contra as desigualdades sociais e a corrupção em Portugal representará a maior mudança dos últimos anos na esquerda portuguesa.

«Trata-se da maior mudança dos últimos anos na esquerda portuguesa, porque passa a haver um diálogo sem barreiras, sem sectarismo ou tentativas de hegemonização, numa plataforma de pessoas diversas», declarou à agência Lusa o coordenador da Comissão Política do Bloco de Esquerda.

Terça-feira, no Teatro da Trindade, em Lisboa, dirigentes do Bloco de Esquerda, da Renovação Comunista, históricos do PS e socialistas da ala esquerda, sindicalistas, professores universitários e personalidades da cultura estarão presentes num comício contra as desigualdades sociais e a corrupção em Portugal.

Entre os oradores do comício, estão o ex-candidato presidencial Manuel Alegre, o jovem deputado do Bloco de Esquerda José Soeiro e a professora universitária Isabel Allegro Magalhães.

Apesar do peso elevado do Bloco de Esquerda nesta iniciativa, Francisco Louça frisou que se trata de um movimento «não de partidos, mas de pessoas, que têm sensibilidades políticas diferentes».

«No contexto da evocação da revolução de Abril e do 1º de Maio, estas pessoas entenderam que era preciso uma visão não passadista ou nostálgica mas uma visão sobre o presente. Queremos mostrar que há em Portugal uma grande força nas esquerdas - esquerdas que podem dialogar (o que é uma grande novidade na política portuguesa), porque têm em comum valores como o combate às desigualdades, aos abusos e à corrupção», sustentou Francisco Louçã.

O líder do Bloco de Esquerda garantiu depois que a plataforma de apoio ao comício de terça-feira «não tem qualquer agenda escondida, nem é o primeiro passo para qualquer coisa que não está dita».

«Esta iniciativa não tem a ver com o calendário das eleições em 2009 mas com a ideia de mostrar que são necessárias respostas sociais face às questões mais urgentes, razão pela qual é preciso um diálogo novo para encontrar soluções», sustentou.

Interrogado sobre o motivo da ausência na iniciativa de dirigentes do PCP, o líder do BE argumentou que «não há exclusão de ninguém», porque o movimento do comício «não representa uma coligação». «Todas as pessoas contactadas assinaram o apelo. Temos pessoas da CGTP-IN e de variados sectores, que partilham um sentimento de diálogo unitário. Não estamos perante qualquer relação de partidos».
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