Consagrar na presente legislatura a adopção por casais homossexuais está fora de questão, mas é possível iniciar-se «uma discussão». É esta a posição do líder parlamentar do PS, Francisco Assis.
«Não há grande abertura para isso, não creio. A direcção do partido não é isso que defende. Pode é iniciar-se uma discussão», afirmou esta quinta-feira Francisco Assis, em declarações à Agência Lusa.
O BE decidiu votar favoravelmente o diploma do Governo para permitir o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, apesar de o considerar inconstitucional e injusto por proibir a adopção.
Com o voto favorável do Bloco de Esquerda, a iniciativa do Governo será viabilizada por uma margem mais folgada.
Sócrates impõe disciplina de voto contra adopção por homossexuais
Na bancada socialista, há sete deputados autorizados a quebrar a disciplina de voto. Sendo que há mais dois pedidos, um de Jamila Madeira e outro da deputada eleita por Setúbal Catarina Marcelino.
Francisco Assis disse aos jornalistas que rejeita o pedido de Catarina Marcelino por não se enquadrar nos critérios definidos pela direcção parlamentar. Quanto à situação de Jamila Madeira, ex-secretária-geral da Juventude Socialista, o líder parlamentar dos socialistas só decide na sexta-feira.
O deputado e líder da JS Duarte Cordeiro e o ex-líder Sérgio Sousa Pinto vão votar a favor dos projectos do PEV e do BE que legalizam o casamento entre homossexuais e admitem a adopção.
«Não podemos esquecer o papel que a JS teve no lançamento desta discussão», disse Francisco Assis. Quanto aos outros cinco deputados com liberdade de voto, são independentes, sublinhou.
Questionado pela Lusa, Francisco Assis rejeitou que o processo de discussão interno tenha «deixado mazelas» entre o grupo parlamentar e a direcção do PS. Francisco Assis afirmou que «as diferenças de opinião são próprias» e que podem ocorrer seja qual for o tema em discussão.
Casamento <i>gay</i>: Assis admite «discutir» adopção
- Redação
- AR
- 7 jan 2010, 22:04
Líder parlamentar do PS diz que é possível iniciar debate sobre o tema, mas reitera que consagrá-lo na actual legislatura está completamente fora de questão
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