UE-África: Merkel condena Zimbabué

A chanceler alemã, Angela Merkel, condenou este sábado, em Lisboa, a violação dos direitos humanos no Zimbabué, considerando que a situação no país «faz mal à imagem de uma nova África». Em defesa do regime dirigido por Robert Mugabe saiu o presidente senegalês, Abdoulaye Wade, dizendo que Merkel fez uma intervenção baseada em «informações erradas, noticia a agência Lusa.

«A intimidação [no Zimbabué] das pessoas que pensam de maneira diferente e os ataques à liberdade de imprensa não se podem justificar por nada», disse Angela Merkel na primeira sessão plenária da Cimeira UE/África, que decorreu de manhã à porta fechada.

A chanceler alemã, que abordou o tema «Boa Governação e Direitos Humanos», salientou que a situação no Zimbabué «toca a todos, tanto europeus, como africanos».

Nesse sentido, destacou os esforços de diversos Estados africanos para ultrapassar a crise no Zimbabué e garantiu que a União Europeia está disposta a apoiar um «governo democrático com respeito pelos direitos humanos».

«A UE está sempre ao lado do povo zimbabueano», disse, adiantando que a segunda cimeira Europa/África não se realizou há mais tempo devido à situação política no Zimbabué.

Além do Zimbabué, Angela Merkel condenou ainda a violação dos direitos humanos na Bielorrússia, Sudão e Birmânia.

Merkel tem «informações erradas», diz líder senegalês

O Presidente senegalês, Abdoulaye Wade, afirmou que Angela Merkel fez uma intervenção baseada em «informações erradas» sobre o Zimbabué.

Merkel «recebeu más informações, informações falsas», afirmou Wade, em conferência de imprensa, acrescentando que «respeita muito a chanceler alemã, que fez muito pelo Senegal».

O chefe de Estado do Senegal sublinhou que é preciso ter «uma boa informação» sobre o Zimbabué para que se possa fazer comentários como a que Merkel proferiu.

Wade desvalorizou os comentários sobre os direitos humanos no país de Robert Mugabe, afirmando que os jornalistas presos pelas autoridades do Zimbabué foram já libertados e que o Presidente Mugabe «conseguiu pôr a oposição de acordo» sobre reformas importantes e outras questões.

O Presidente senegalês considerou que a controvérsia entre Reino Unido e Zimbabué perturbou a relação entre dois continentes, o que «não é justo».