Sócrates assume impacto de austeridade na contracção do final de 2010 - TVI

Sócrates assume impacto de austeridade na contracção do final de 2010

Primeiro-ministro falou no final de um encontro com Durão Barroso em S. Bento, depois de presidente da Comissão Europeia ter deixado S. Bento sem qualquer declaração

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Durão Barroso esteve em Portugal. Mas quase não se deu por isso. Depois de um encontro em Belém com Cavaco Silva, o presidente da Comissão Europeia rumou a S. Bento. Depois de uma reunião de cerca de uma hora com José Sócrates, o antigo primeiro-ministro português deixou sozinho o actual chefe do Governo com os jornalistas. Sócrates não entrou em detalhes sobre a visita e preferiu falar sobre os dados do «crescimento económico», num dia em que se soube que a economia contraiu 0,3 por cento no final de 2010.

Os jornalistas que esperavam na sala de imprensa de S. Bento ainda tinham esperança de ouvir um comentário de Durão sobre a actual situação económica e financeira do país. Estavam dois microfones preparados e as câmaras das televisões apontadas. Mas essa expectativa esvaneceu-se, quando, ao fim de uma hora, alguém apontou através da janela. «Olha, ele está a ir embora».

Depois da finta de Barroso aos jornalistas, alguém retira um dos microfones. Mas do outro, avisou alguém, o primeiro-ministro só falaria do «crescimento económico» e «sem direito a perguntas». Mas com as televisões em directo, Sócrates acabou por ceder a algumas questões.

Sobre a vinda de Durão Barroso a Portugal, ficou a saber-se pouca coisa. À falta da palavra do presidente da Comissão Europeia ficou a do primeiro-ministro: «Direi apenas que foi uma reunião de trabalho de preparação com o presidente da Comissão [Europeia] a propósito do Conselho Europeu [de Março]».

Num dia em que estimativas do INE dão conta de uma contracção económica de 0,3 por cento da economia portuguesa no último trimestre de 2010, José Sócrates preferiu centrar-se na avaliação global do ano passado.

«Queria chamar a atenção para um facto mais importante, é que terminámos o ano de 2010 com um crescimento económico de 1,4 por cento», realçou, recordando que a previsão do Governo era de 0,7 por cento.

«Esse é o facto mais importante. Temos o dobro do crescimento em 2010 que o próprio Governo estimou. E isso é um óptimo indicador. Porque este ano de 2010 foi um ano que fizemos uma redução em mais de dois pontos percentuais no nosso défice, ao mesmo tempo que crescemos 1,4 por cento», insistiu o primeiro-ministro.

Quanto ao resultado do último trimestre? José Sócrates desvalorizou: «Ao longo do ano há sempre trimestres melhores e trimestres piores». Mas depois admitiu: «É sem dúvida afectado pelas consequências que tiveram as medidas que tomámos naquilo que é o consumo e o consumo público».

Numa última nota sobre a economia, o primeiro-ministro quis deixar outro apontamento: «Aquilo que é estrutural, aquilo que é importante, aquilo fica, mantém-se positivo, que são as exportações». E ainda o reafirmar do um compromisso para 2011: «Reduzir o défice orçamental para 4,6 por cento e manter um crescimento económico de 0,3 por cento, que é isto que estava no nosso orçamento».
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