"Portugal não será apanhado desprevenido", assegura Passos - TVI

"Portugal não será apanhado desprevenido", assegura Passos

Primeiro-ministro diz que é nos momentos de mais incerteza, como este que se vive na Grécia, que se deve valorizar a confiança que Portugal ganhou. E diz que, internamente, "não sobram dúvidas" quanto à melhoria do emprego

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Portugal tem a confiança europeia, porque trabalhou bem, segundo o primeiro-ministro, que deixou uma garantia no debate quinzenal desta sexta-feira, a propósito da crise na Grécia: "Portugal não será apanhado desprevenido".

"Hoje Portugal é visto como uma economia que está a recuperar e que tendo ganho credibilidade consegue posicionar-se na Europa como merecedor da confiança, numa altura em que pairam tantas incertezas na Zona Euro e na UE. Portugal não será apanhado desprevenido pela incerteza e pela materialização de riscos".


Os cofres do Estado estão cheios, "prevenidos" durante "bastante tempo", garantiu Passos Coelho, neste que foi o último debate quinzenal da atual legislatura. E congratulou-se pelo facto deste Governo não ter acatado muitas "sugestões e apelos e até pedidos de decisão" que a oposição em Portugal foi fazendo durante os últimos quatro anos.

O chefe de Governo recordou que, caso a solução - ou falta dela - encontrada para Atenas cause abalo na União Europeia e na Zona Euro "os mecanismos nunca deixarão de ser acionados em caso de necessidade", dada a tal "confiança" que as instituições europeias têm em Portugal.  Aí, arrancou aplausos das bancadas do PSD e CDS-PP. 

"É razoável que se possa aqui recordar que isto não acontece por acaso. Se o governo tivesse decidido em muitas circunstâncias como era reclamado por alguns, adotar posição de maior facxilidade, seja por políticas para garantir desvalorização interna para ajustamento necessário e políticas orçamentais" não tinha chegado a esta posição, assinalou. 

O PS quis saber quais as propostas, em concreto, é que estiveram em cima da mesa do último Eurogrupo para a Grécia. Ficou sem essa resposta e insinuou que "dá a sensação" que o Governo português quer que "as coisas corram mal"

Passos Coelho - e também os partidos que suportam o Governo - centrou o seu discurso mais em descolar Portugal do caso grego. Num lapsus linguae, quase ia dizendo o que não queria sobre a economia portuguesa:  "Num ciclo vici, num novo ciclo não vicioso mas virtuoso do crescimento da nossa economia. Estamos a consolidar o crescimento da economia". O crescimento do emprego mereceu, igualmente, elogios por parte do primeiro-ministro.

"Não sobram dúvidas: temos vindo a melhorar, e a melhorar significativamente do ponto de vista do emprego;. Somos osegundo país (europeu) a exibir uma taxa maior de crescimento do emprego".


O líder parlamentar do PS, Ferro Rodrigues, interveio a seguir dizendo a Passos Coelho: "Portugal definha e os senhores comemoram"


Passos Coelho respondeu depois: "Parece que não vivemos no mesmo país", afirmou, acrescentando que o Governo olha para os problemas de forma isenta e que nunca os escondeu. "Eu vejo tudo, o passivo que herdámos, as políticas que realizámos e o impacto que elas tiveram e a recuperação que estamos a fazer", atirou, já mais exaltado. 

Numa nova interpelação da bancada socialista, Ferro Rodrigues disse que "não há nenhum azedume" dos socialistas, isto depois do primeiro-ministro ter usado essa expressão.

"O senhor gostaria de ser avaliado apenas pelo que se passou desde que o BCE mudou de política e o TC os obrigou a mudar medidas. Mas os senhores vão ser avaliados pelos quatro anos, não por um ano ou meio ano", rematou o líder parlamentar do PS. 

O debate quinzenal ficou ainda marcado pela privatização da TAP, com o primeiro-ministro a contestar que a empresa esteja a ser vendida "ao desbarato" e acusando o PS de "lançar lama e suspeições"
, sem fundamento, sobre a transparência do processo. 
 
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