«O país está hipotecado ao exterior», diz Catroga - TVI

«O país está hipotecado ao exterior», diz Catroga

Eduardo Catroga com Rasmus Ruffer, do BCE

Coordenador do programa eleitoral do PSD rejeitou aumentar a carga fiscal sobre as famílias e as empresas

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O coordenador do programa eleitoral do PSD, Eduardo Catroga, rejeitou este sábado aumentar a carga fiscal sobre as famílias e as empresas, mas admitiu reestruturar o «mix» de impostos, ou seja, alterar o peso relativo dos componentes fiscais, escreve a Lusa.

O ex-ministro das Finanças salientou aos jornalistas, à margem de um encontro de antigos alunos do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) que a carga fiscal que pesa sobre as famílias e as empresas portuguesas «já é exagerada», mas considerou necessário «reestruturar o "mix" de impostos».

«Podemos ter mais impostos sobre o consumo, mas menos sobre o rendimento. Racionalizar benefícios, alterar a aplicação das taxas do IVA», exemplificou.

O antigo governante adiantou que a reestruturação do IVA (alteração das taxas aplicáveis aos diferentes produtos) deve ser acompanhada da redução dos custos sob o factor trabalho, sobretudo nas empresas que mais exportam.

«Vamos propor o que se chama de desvalorização fiscal», afirmou Catroga, sublinhando que esta «é a única via para retomar a competitividade externa e criar emprego» sem reduzir salário nem pensões.

«Cancros» começaram com Guetrres

Catroga responsabilizou ainda o PS por ter hipotecado o país, responsabilizando os seis anos do governo Sócrates pela criação de «uma tragédia nacional», mas lembrando que os «cancros» começaram com Guterres.

«O país está hipotecado ao exterior. Hoje somos um protectorado financeiro dos nossos credores», afirmou. O ex-ministro das Finanças salientou que «quem deixou criar esta situação foram os últimos seis anos do governo Sócrates» e os «cancros iniciais do governo socialista de António Guterres, que desperdiçou a oportunidade de Portugal ter uma década de ouro».

Culpando os governos de José Sócrates por terem «hipotecado o futuro financeiro de Portugal», Catroga lamentou que «Sócrates continue a iludir os portugueses (...) e se arme em vítima» quando deveria era ser «julgado em praça pública, pelo voto e em tribuna».

O também professor catedrático afirmou que «este governo criou uma tragédia nacional como não acontecia desde 1892» ao pôr o país à beira da bancarrota e deixando as novas gerações sem futuro «porque o país seguiu estratégias erradas».

O economista lembrou que nos últimos 15 anos, «80 por cento da responsabilidade da governação foi do PS» e classificou os últimos seis anos como «desastrosos» para a vida financeira do país.

Catroga responsabilizou os socialistas pelo crescimento da despesa pública, ao criarem «um novo Estado gordo paralelo», constituído por institutos, fundações, estruturas de missão e empresas públicas, que considerou «um monstro que não é eficiente» e dificulta a vida das empresas e dos cidadãos.

«Este governo criou um fardo às costas das novas gerações», frisou o antigo governante, aludindo à dívida pública indirecta do «Estado paralelo».

O antigo governante criticou ainda o PS por «destruir o Estado social» e reiterou que «os jovens deviam pôr o governo em tribunal» e responsabilizar o primeiro-ministro por «um conjunto de erros, ocultações e por ter faltado à verdade aos portugueses».
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