«Eu não me inscrevi no salazarismo» - TVI

«Eu não me inscrevi no salazarismo»

Manuel Alegre acusa Cavaco Silva de ser «co-responsável» pela crise

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Manuel Alegre considera que «as eleições não estão resolvidas» e que Cavaco Silva ainda «não foi eleito».

«Em democracia não há coroações. Eu sou republicano, eu não me inscrevi no salazarismo, eu fui um resistente, fui um dos construtores da democracia portuguesa», afirmou, referindo-se indirectamente a uma notícia da revista «Sábado», que dá conta que Cavaco se afirmou «integrado» no salazarismo à PIDE.

Alegre acusou o candidato à Presidência da República Cavaco Silva de ser «co-responsável» pela situação económica do país, considerando o seu mandato enquanto presidente uma «experiência falhada».

Reagindo à apresentação do manifesto presidencial de Cavaco Silva, esta segunda-feira, Manuel Alegre criticou o facto do candidato apoiado pelo PSD e CDS-PP considerar «que Portugal precisa de um presidente com muita experiência».

«Ele falou muito da experiência, falando de si próprio, e de que Portugal precisa de um presidente com muita experiência, portanto precisa de um presidente como ele», relatou Manuel Alegre, salientando ainda do discurso de Cavaco Silva que terá feito «muitos avisos» ao Governo durante o actual mandato.

«A experiência parece que não serviu para grande coisa e os avisos também não», apontou Manuel Alegre, criticando que Cavaco Silva não tenha «usado os poderes presidenciais que detém», o que interpreta como «uma experiência falhada».

«Embora o candidato Cavaco Silva queira lavar as mãos como Pilatos, ele é co-responsável pela crise e pela situação em que se encontra o nosso país», acusou.

Manuel Alegre acusou ainda Cavaco Silva de estar «a abrir caminho ao esvaziamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS) como um serviço universal e tendencialmente gratuito».

«Ele disse que devia ser discutida a sustentabilidade do SNS sem preconceitos ideológicos e ao fazer esta afirmação, ele está a tomar partido, está a fazer uma afirmação ideológica e está a aderir à posição das forças políticas do centro-direita que o apoiam e que têm um projecto estratégico de destruição do Estado Social, nomeadamente do SNS», afirmou.

«Quando ele diz que sem preconceitos ideológicos se deve discutir a sustentabilidade do SNS e da Segurança Social está a abrir o caminho ao esvaziamento do SNS como um serviço universal e tendencialmente gratuito e está a abrir o caminho à privatização da segurança social», sublinhou.
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