Mário Centeno foi sondado para suceder ao holandês Jeroen Dijsselbloem na presidência do Eurogrupo. Os socialistas europeus procuram um nome do sul da Europa para substituir aquele que é autor de uma acusação direta aos países do sul: de que gastaram o dinheiro todo em "copos e mulheres" e depois pediram ajuda.
Centeno é um dos nomes falados, segundo o semanário Expresso, mas nem o ministro das Finanças nem o Governo português se mostram disponíveis para aceitar a sugestão, pelo menos para já.
António Costa não quer o seu ministro das Finanças dividido entre Lisboa e Bruxelas. Para o executivo, é fundamental ter liberdade de movimentos para, nesta fase, zelar pelos seus interesses em Bruxelas.
Entretanto, também o Presidente da República manifestou a sua posição, desejando que ministro das Finanças permaneça no cargo e não opte por ir presidir ao Eurogrupo.
Acho que seria uma má solução para Portugal, porque o ministro das Finanças faz falta em Portugal, com o devido respeito que há pela presidência do Eurogrupo".
O Chefe de Estado português sublinhou ainda haver por resolver "ativos problemáticos no sistema financeiro" e a necessidade de consolidar e afirmar a política financeira e de crescimento.
"Mudar um ministro das Finanças a meio do percurso não me parece uma boa ideia, mas o primeiro-ministro não me falou disso. Penso que isso terá passado pela cabeça de alguém em Bruxelas, eventualmente, mas foi um vento que passou e já foi", afirmou.
Marcelo insistiu que "esta não é a altura para estar a mudar de ministro das Finanças, mas isso é um problema do primeiro-ministro", acrescentando que António Costa não lhe comunicou nada, algo que desejou que continuasse assim.
Foram os comentários de Jeroen Dijsselbloem - e também a derrota que sofreu nas recentes eleições do seu país - que fazem os eurodeputados do Partido Popular Europeu considerarem que não tem condições para continuar no cargo.
Para além da sua própria família política, multiplicam-se as exigências de demissão de Jeroen Dijsselbloem, com a mesma cadência com que se lembram os deslizes do atribulado percuso político do holandês de 51 anos, católico, muito poupado e agricultor nas horas vagas.
Sem pedir propriamente desculpa, é atualmente um homem com a cabeça política a prémio por falta de tento na língua.