«O segredo socialista», por Morais Sarmento - TVI

«O segredo socialista», por Morais Sarmento

Ex-ministro apareceu de surpresa para apoiar Ferreira Leite e desvendar o que irá fazer o PS se ganhar as eleições

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No dia em que mais um episódio do caso das «escutas» rebentou em plena campanha do PSD, com o assessor principal de Cavaco Silva a ser afastado de Belém, Nuno Morais Sarmento apareceu, de surpresa, no teatro municipal de Vila Real.

Não estava no alinhamento da primeira fila de notáveis, e percorreu o país de lés-a-lés [estava em Vila Real de Santo António] para desvendar o «segredo socialista», o «tema escondido» desta campanha.

«Temos visto, de uma maneira levezinha, a ideia de que já não será o PS sozinho a governar: é o que tiver de ser para que Sócrates se consiga manter no poder». E as combinações são múltiplas - pode ser com o CDS, Bloco de Esquerda ou PCP -, garantiu o ex-ministro de Durão Barroso, acenando com as «as nacionalizações do BE, a saída da NATO de Portugal, a política social do CDS», para explicar que a «única coisa que conta [na estratégia socialista] é a permanência do Rei Sol [Sócrates] no poder».

«Estas são eleições pela liberdade»

O ex-ministro da Presidência recuperou ainda o tema do «medo», garantiu que não há «políticos messiânicos», mas apenas a «força do partido em conjunto», e marcou o dia 27 como o dia das «eleições pela liberdade: os donos da verdade são em 75 como no dia 27».



Para Morais Sarmento, Sócrates devolveu o «medo» aos portugueses, mas o PSD, garantiu, não aceitará que haja «um primeiro-ministro que manda nos jornais, na televisão, que despeça jornalistas, que se passeia pelo país ameaçando professores e assustando funcionários públicos».

Ex-ministro avisa para «cortinas de fumo»

Sem nenhum referência ao caso que envolve Belém, à semelhança de Ferreira Leite, que durante a tarde considerou o tema «assuntos particulares» da Presidência, o antigo vice-presidente do PSD falou de «cortinas de fumo, que aparecem sempre em véspera de eleições, para que não se discuta o que é importante».

Num longo discurso, a que os apoiantes do PSD aderiram de imediato, Morais Sarmento agradeceu o «convite» de Ferreira Leite para intervir na sessão-pública desta noite, recebendo depois da líder do PSD o reconhecimento público pela sua presença, num dia em que outros notáveis se juntaram à comitiva.

Já a presença de Pedro Passos Coelho, que apareceu sem convite - como a própria Ferreira Leite tinha dito que seria a sua campanha, sem pedidos formais às figuras sociais-democratas -, não recebeu nenhum especial agradecimento da líder.



Também sem convite, apareceu esta manhã a ex-sindicalista Manuela Teixeira, que fez questão de, em público, demonstrar a sua amizade por Ferreira Leite - «abalada» quando a social-democrata ocupou a pasta da educação.

Amândio de Azevedo, fundador do PSD, e Montalvão Machado, cabeça-de-lista pelo distrito, estiveram também ao lado de Ferreira Leite, que fechou o dia com o apelo ao voto útil, avisando para os perigos da «dispersão de votos». «Sócrates só sairá quando o PSD tiver mais um voto que seja».
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