«Sangria» de pilotos para as companhias civis - TVI

«Sangria» de pilotos para as companhias civis

  • Portugal Diário
  • 21 mar 2008, 11:15
Força Aérea

Ministro da Defesa admite dificuldade em manter os pilotos na Força Aérea

Relacionados
O ministro da Defesa reconheceu esta quinta-feira, no Porto, a dificuldade da Força Aérea em manter os pilotos nos seus quadros, face à pressão dos salários elevados oferecidos pelas companhias aéreas civis, noticia a agência Lusa.

«É um problema que se mantém há muitos anos e para o qual não há uma resposta simples», disse o ministro, que falou durante um debate com Paulo Portas sobre Defesa Nacional no âmbito do colóquio «Portugal - Sim ou Não», promovido pela Fundação de Serralves.

Estado faz grande investimento nos pilotos

No debate, realizado quinta-feira à noite na Fundação de Serralves, o ministro da Defesa sublinhou que se trata de «um problema que não se passa só com a Força Aérea Portuguesa (FAP)», uma vez que é sentido por muitas forças aéreas na Europa e fora da Europa.

«O Estado faz um grande investimento na formação de pilotos e a medida já tomada de aumentar o período mínimo de permanência na Força Aérea de oito para 12 anos tem por objectivo proteger esse investimento», disse o ministro.

Nuno Severiano Teixeira referiu que «para já, a única consequência que essa medida teve foi que as companhias aumentaram a idade de recrutamento dos pilotos», uma vez que eles passaram a ficar disponíveis quatro anos mais tarde.

Ou seja, a saída dos pilotos foi adiada por quatro anos, mas o abandono da Força Aérea em proveito das companhias civis manteve-se.

O ministro acrescentou que os diferentes países europeus têm ensaiado medidas de vários tipos para atalhar a «sangria» de pilotos para as companhias civis, pelo que o Ministério da Defesa Nacional está atento aos resultados de forma poder aplicar aquelas que mais eficazes se revelarem em Portugal, de forma a reter os pilotos na FAP.

Competitividade das companhias civis é muito forte

Paulo Portas referiu que procurou enfrentar o problema enquanto foi ministro (2002 a 2004), mas admitiu que «a questão não tem uma solução simples, porque a competitividade das companhias civis é muito forte».

«A aviação civil continua a crescer e as companhias estão dispostas a pagar bem por pilotos bem treinados e muito experimentados», disse Paulo Portas.

JF
Continue a ler esta notícia

Relacionados