Louçã «prudente» perante sondagens - TVI

Louçã «prudente» perante sondagens

Francisco Louçã desvaloriza as sondagens que dão uma descida do Bloco de Esquerda e critica Passos Coelho e Sócrates por «não estarem a falar para o país»

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O coordenador do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, dá pouco valor às sondagens que apontam mais uma descida para o partido. Esta segunda-feira à tarde, antes de uma iniciativa de rua na Cova da Piedade, Louçã lembrou que «as eleições decidem-se no dia 05 de Junho».

«Engana-se quem pensa que tem as eleições ganhas. (...) Sou prudente perante as sondagens. Levo-as a sério, mas sou prudente», disse aos jornalistas, perante os resultados de uma sondagem Intercampus para a TVI e para o Público, que dá ao Bloco de Esquerda 5,6 por cento das intenções de voto, com uma descida de 1,3 por cento.

«As sondagens variam de uma eleição para outra eleição. Variam de uma semana para outra semana», argumentou.

«Há 40 por cento de indecisos. Nós vamos aos indecisos e vamos a quem votou no PS e no PSD e sente que o voto foi em vão», concluiu.

«Sócrates e Passos Coelho não estão a falar para o país»

Francisco Louçã aproveitou para criticar José Sócrates e Pedro Passos Coelho. O mote foi a quezília desta segunda-feira sobre as nomeações para a administração pública. Louçã diz que o primeiro-ministro demissionário e o líder do PSD se «pegaram-se como cão e gato», mas «não falam para o país».

«A confusão instala-se todos os dias. O doutor Passos Coelho e o engenheiro Sócrates não estão a falar para o país. Não trazem uma única ideia, uma única resposta», disse.

«É perder tempo. É discutir a insignificância de quem não tem nada para dizer», sublinhou, lembrando que «há 300 mil desempregados que já não contam para as estatísticas».

«Não desista do país!»

Depois das declarações aos jornalistas, Louçã seguiu para uma pequena arruada, no centro da Cova da Piedade. Contacto com a população que serviu para lembrar uma realidade marcada pelo desemprego e pelas lojas fechadas.

A meio da arruada e literalmente a meio da estrada, Louçã é parado por um desempregado da construção civil: «nós precisamos trabalhar». O coordenador do Bloco conforta o homem e lembra a proposta do partido para a reabilitação urbana, que conduziria, de acordo com o BE, à criação de emprego.

Do outro lado da rua, à porta de uma loja prestes a encerrar, espera-o uma senhora. Prefere não dizer o nome, mas não cala as queixas: a data para o encerramento já está marcada ¿ quinta-feira. Para trás ficam «pagamentos em atraso» e dezenas para engrossar as filas do desemprego.

«Se cortam nos salários e nas pensões, todo o comércio vai sentir», constata Louçã. «Já estamos a sentir», responde a eleitora.

O coordenador do Bloco é parco nos apelos ao voto. Opta pelo «muito gosto em conhecê-lo» e «felicidades». Mas, no passeio pelas ruas da Cova da Piedade, acompanhado pela cabeça de lista por Setúbal, Mariana Aiveca, é abordado por eleitores descontentes com o presente e apreensivos com o futuro: «o que o nosso Governo quer é que a gente trabalhe até morrer, como a senhora alemã», diz-lhe uma senhora exaltada.

«É preciso acabar com os submarinos e com os futuros porta-aviões que vêm aí», diz-lhe outro eleitor, que recebe em resposta que «serão pagos com o seu dinheiro».

Distribui sorrisos, apertos de mão e beijinhos e deixa incentivos: «não desista do país!».

Os apelos ao voto, esses, só mesmo a partir dos altifalantes do carro que acompanhava a comitiva. E além do lembrete para o dia 05 de Junho, ouve-se o hino do Bloco para esta campanha: «não é tarde, nem é cedo. Está na hora. Está na hora de fazer a luta toda».
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