Ângelo Correia «abriu porta» a Menezes

Santana Lopes considerou esta terça-feira que as declarações de Ângelo Correia, dias antes da demissão de Luís Filipe Menezes, tiveram «reflexo» na demissão do ainda líder do partido. A uma semana das eleições directas, o candidato à liderança do partido disse ainda que a candidatura de Ferreira Leite não está tão «dinâmica» como esperava.

Em entrevista à Sic Notícias, Pedro Santana Lopes colocou o dedo na ferida e, apesar de o próprio Menezes não considerar as declarações de Ângelo Correia determinantes, o candidato à liderança afirmou «não ter dúvida» nenhuma de que as mesmas levaram à saída de Luís Filipe Menezes.

Uma semana antes da entrevista de Aguiar Branco à Visão e de Menezes anunciar que colocava o lugar de presidente do partido à disposição, Ângelo Correia, que foi mandatário do autarca nas directas que lhe deram a vitória, declarou que a situação do PSD era «totalmente insatisfatória» e afirmou não saber ainda se o seu regresso à vida política activa tinha valido a pena.

Candidaturas equilibradas

Sobre a corrida à liderança, o ex-primeiro-ministro considerou que «ao contrário do que pensava no início» as três candidaturas estão equilibradas e não reconhece Manuela Ferreira Leite como a sua principal rival, uma vez que não é isso que tem sentido nos «apoios eleitorais».

Apoios, que segundo Santana o colocam à frente, apesar de muitos menezistas terem optado por apoiar Passos Coelho. A este respeito, Santana lembrou declarações do actual candidato em que criticava a liderança de Menezes. No entanto, Santana afirmou que entendia o ainda presidente considerando que este se quer manter «equidistante».

O ex-presidente da Câmara de Lisboa comentou a sua relação com o líder em fim de mandato dizendo que «Não tive nenhum problema com Menezes», reforçado com a declaração de que não se sentiu «traído», apesar deste não lhe ter dado o seu apoio para a candidatura.