Jerónimo convida PS a «caber numa alternativa de esquerda» - TVI

Jerónimo convida PS a «caber numa alternativa de esquerda»

Jerónimo de Sousa

Líder do PCP diz que não quer cedências dos socialistas, mas que correspondam ao nome que têm

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O secretário-geral do PCP disse não querer nenhuma cedência do PS, mas apenas que o partido corresponda ao nome que tem possibilitando assim um entendimento entre ambos, para criar uma alternativa ao atual Governo.

«Não estamos a forçar nada, nem queremos cedência nenhuma do PS. Queremos que o PS corresponda ao nome do partido que tem. Se o PS quiser caber numa alternativa de esquerda, tem de o ser, e não um partido que, no essencial, defende uma política de direita. Essa é a contradição insanável que o PS tem de resolver», afirmou Jerónimo de Sousa, na noite de sexta-feira, após um comício em Alverca, Vila Franca de Xira.

Sobre uma possível convergência de partidos à esquerda, Jerónimo de Sousa mostrou-se confiante quanto ao futuro.

«Nada é imutável. Tendo em conta a necessidade objetiva, essa necessidade levará à possibilidade de construção de uma alternativa com quem quer praticar uma política de esquerda, quem quer governar para os trabalhadores e para o povo, e não ficar em cima do muro amarrado a esses compromissos recentes e que não apresenta uma verdadeira alternativa para os problemas nacionais», esclareceu o líder comunista em alusão aos socialistas, como escreve a agência Lusa.

O secretário-geral do PCP reafirmou que é importante derrotar e demitir o Governo de Pedro Passos Coelho o mais rapidamente possível, mas alertou que isso é insuficiente. Contudo, o PCP não está disposto a abdicar dos seus princípios e valores e diz que tem uma alternativa governativa, ao contrário do PS.

Jerónimo de Sousa esclareceu que a falta de entendimento com os socialistas nada tem a ver com líderes, referindo-se a José Sócrates e a António José Seguro.

«O problema é na substância da política e na necessidade de uma alternativa como pão para a boca. Temos uma proposta alternativa, mas não conhecemos por parte do PS qualquer proposta alternativa. Antes pelo contrário; existe o assumir permanente de que continua a ser responsável e a subscrever o pacto de agressão», criticou Jerónimo.

Se a CDU não cede, e caso o PS mantenha o rumo que tem vindo a seguir, Jerónimo de Sousa não tem dúvidas de quem é que está certo ou errado neste impasse, e desafiou os socialistas a esclarecerem a sua posição.

«A questão de fundo é saber se quem tem de mudar é quem tem uma proposta alternativa, quem defende esses valores e princípios de esquerda. Ou se o PS, afirmando-se socialista, continua ou não, amarrado aos grandes interesses e a este pacto de agressão», questionou.

Apesar das divergências, o líder comunista acredita que com a luta, onde estão socialistas, comunistas e muitos outros, as coisas possam vir a mudar.

«O mundo move-se, e, aquilo que hoje é verdade, daqui a um ou a dois anos pode ser diferente. É essa convergência que se está a verificar de tanta gente de todos os setores e camadas antimonopolistas que nos dá confiança», frisou.
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