PS em congresso para preparar a máquina partidária - TVI

PS em congresso para preparar a máquina partidária

José Sócrates

Alteração da situação política deverá deixar discussões estratégicas para segundo plano

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O XVII Congresso Nacional do PS, entre sexta-feira e domingo, em Matosinhos, servirá sobretudo para mobilizar a máquina partidária para as eleições legislativas de 05 de Junho e deixará para segundo plano as discussões estratégicas.

Sábado, no segundo dia de trabalhos, cerca de 1800 delegados vão votar por braço no ar quatro moções globais de orientação política, documentos que foram escritos em Janeiro, antes da reprovação do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) na Assembleia da República, da consequente demissão do Governo de José Sócrates e da convocação de eleições legislativas antecipadas.

Quando foi convocado pela direcção do PS, este congresso de Matosinhos deveria ter um carácter intercalar. Destinava-se a fazer um balanço da actividade do Governo minoritário socialista a meio da legislatura e a fazer alguns ajustamentos internos para afinar a ligação entre as esferas partidária e governativa.

Um dos temas que prometia alguma controvérsia era o da suspensão do processo de regionalização, ponto que consta na moção que tem como primeiro subscritor o secretário-geral do PS, José Sócrates.

Mas, com eleições legislativas a menos de dois meses, com listas de deputados por fazer, com uma campanha à porta e depois de o Governo ter cedido às pressões dos mercados internacionais e solicitado assistência financeira à União Europeia, o debate em torno da questão de regionalizar já ou não o país perdeu totalmente qualquer sentido político.

O congresso Nacional do PS terá por isso como principal objectivo mobilizar os militantes para a luta eleitoral, preparar a máquina do partido para a campanha e projectar a imagem de José Sócrates como candidato pela terceira vez ao cargo de primeiro-ministro. Todos os esforços se concentrarão assim em torno de uma única meta: Manter os socialistas no poder.

Neste clima de pré-eleições, de acordo com elementos ligados às principais correntes internas do PS, não é provável o aparecimento de divergências de fundo. Além da moção de estratégia de José Sócrates, há mais três que vão a votos (de Fonseca Ferreira, Jacinto Serrão e António Brotas), mas todas elas sem qualquer peso interno.

Quem mais se demarca da linha da actual direcção e pesa alguma coisa na estrutura interna partidária, preferirá seguramente, uma vez mais, o silêncio.

Domingo, no último dia de trabalhos, os delegados vão eleger por voto secreto a Comissão Nacional do PS (o órgão máximo partidário entre congressos), mas, de acordo com vários dirigentes contactados pela agência Lusa, também não será neste processo que haverá diferendos ao nível da cúpula.

Segundo estes mesmos dirigentes, o processo interno mais difícil começará no próximo dia 15, quando as comissões políticas de federação iniciarem o processo de escolha dos deputados.
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