«Moção de censura só vem azedar o ambiente» - TVI

«Moção de censura só vem azedar o ambiente»

Uma militante saúda Mário Soares

Mário Soares critica partidos à esquerda do PS

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ACTUALIZADA ÀS 19h41

O ex-Presidente da República Mário Soares criticou esta quarta-feira a moção de censura apresentada pelo PCP e sustentou que o acto «só vem azedar e perturbar os portugueses».

Mário Soares falava numa conferência com o tema «A república Moderna e o Futuro», que decorreu no campus académico da Faculdade de Ciências e Tecnologia, em Almada, onde foi orador.

«Normalmente o PCP costuma ser um partido razoável, mas na verdade querer apresentar uma moção contra o Governo só vem azedar o ambiente que se atravessa», considerou.

O ex-Presidente da República teceu alguns comentários sobre os partidos da esquerda, declarando que «o BE e o PCP são partidos respeitáveis, mas não podem estar sempre a protestar sem dar nada em troca».

E questionou: «Reivindicam mais ordenados, mais pensões, muito bem, quem é que não quer isso? Mas e quem é que as paga?». «Só protestar e não dar soluções não chega», criticou.

A terminar a sua intervenção, Mário Soares, lançou o desafio aos presentes de imaginarem o que seria se Portugal fosse governado por uma coligação entre o PCP e o BE, alertando para o facto de que «seria divertido, mas não se chegava a lado nenhum».

Passos Coelho é um líder «razoável»

Mário Soares abordou a questão dos «ataques» dos partidos da oposição na Assembleia da República, quer ao PS, quer ao primeiro-ministro. «Todos os partidos fizeram guerrilha contra o PS e contra o primeiro-ministro, que foi tão atacado e vitimizado como nunca ninguém foi», relembrou o socialista.

Para o ex-Presidente da República, Pedro Passos Coelho é «um líder razoável e sensato, que não tem pressa nenhuma de ir para primeiro-ministro», sustentando que «ficar com o menino nos braços é muito sério».

Questionado por um aluno da assistência sobre a crise que Portugal atravessa, Mário Soares foi claro: «Esta crise que estamos a atravessar não é portuguesa, é a Europa que está em crise, criaram a moeda única e agora estão em risco de a perder.»

O ex-Presidente da República defendeu ainda os cortes com o despesismo quer do Estado, das autarquias, das regiões autónomas e das empresas públicas, alertando para o facto de que «era impossível ficar tudo na mesma e muitas famílias vão descer o nível de vida».

No entanto, o ex-líder socialista mostrou-se confiante: «Se houver bom senso da parte dos governantes europeus, nós vamos ultrapassar esta crise e isto entrará na ordem.»
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