«Não sou candidato» - TVI

«Não sou candidato»

Para mudar de opinião, só se «Cristo descesse à Terra». Líder do PSD é peremptório e diz que ganhará o candidato que ele apoiar. Críticos de «salão» e «mandantes do terrorismo» não foram poupados: um por um, veja o que o social-democrata revela sobre eles

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«Não sou candidato». A garantia de Luís Filipe Menezes, em entrevista na SIC Notícias, é peremptória, sem espaço para segundas interpretações, que esta sexta-feira muito foram propaladas pelos seus apoiantes.

Depois de ter anunciado a saída, reitera que não está na corrida, faz uma análise dos possíveis candidatos, garante que tem o «apoio esmagador» do partido e que quem vencer as directas «será sempre uma segunda escolha».

«Durante estas 24 horas tenho tido um apoio esmagador do meu partido, o que me faz dizer que qualquer pessoa que venha a ganhar as eleições será alguém que eu apoiarei, que não combaterei, mas será uma segunda escolha».

Sem papas na língua, o líder demissionário do PSD repetiu que «durante seis meses» foi «insultado, ofendido». «Todos os dias éramos contraditados, dizimados pela crítica interna: chegou a altura dos mandantes do terrorismo assumirem uma candidatura».

Sá Carneiro, assim como Cavaco Silva, também foram alvos do PSD «de salão», aponta Luís Filipe Menezes, explicando a expressão. «Sempre existiram dois PSDs: o PSD das bases e dos militantes e, o outro, o PSD dos salões, que quer influenciar o poder».

«Esse PSD dos salões dizia que Cavaco Silva não era tão polido, que vinha lá do Algarve, vestia uns fatos bizarros... Pois foram os militantes que o elegeram líder do partido» e «agora», esses que o apreciavam com estes comentários, «andam a lamber-lhe os pés», atira o líder do PSD, que garante ter feito tudo para acabar com esta lógica no partido: «Abri o caminho aos militantes para serem eles a escolherem os deputados, os autarcas, os seus representantes».

E estará «vigilante», «ao lado dos militantes», para que não lhes tirem o poder. «Não vou ainda por aí, vou estar aqui mesmo». Mas não na liderança: «Tenho direito ao nojo. Não me quero afirmar mais neste caldo de cultura».

Não sendo candidato, que acha Menezes daqueles que se perfilaram já e dos nomes que correm pelos bastidores? «Chegou a altura dos mandantes do terrorismo serem candidatos. Aqueles que vão com grande petulância aos estúdios de televisão dar lições devem agora avançar».

Aguiar Branco

«Só por brincadeira é que Aguiar Branco podia ser líder do PSD», diz de forma lapidar, acrescentando que uma pessoa que, em entrevista à Visão, diz não saber se escolheria José Sócrates ou o presidente do PSD para estar à frente do Governo, «não é digna de ser líder do PSD. Nunca deu uma ideia para o país».

Rui Rio

«Era outra das pessoas que não deveria esperar por 2009. Devia assumir o que está implícito no seu comportamento político».

Manuela Ferreira Leite

«Chegou a altura da dr. Manuela Ferreira Leite ser candidata. Foi uma pessoa fulcral no ciclo político de Durão Barroso e Santana Lopes; era pedagógico que avançasse».

Pacheco Pereira

«Julgo que tinha hipóteses de ganhar a junta da Marmeleira».

Pedro Passos Coelho

«Não apoiando ninguém, Pedro Passos Coelho é alguém que vejo com simpatia. É um jovem com talento. Contestou a minha liderança com seriedade».

Santana Lopes

«Tem muito mérito, talento e gosto muito dele. Mas penso que ele não tem essa obrigação porque já deu a cara pelo partido, ao contrário dos outros, que são do grupo de conspiração permanente».

«As eleições podem ser quando os candidatos quiserem»

Questionado por Mário Crespo sobre o timing das directas, que muitos consideram ser curto, Menezes apontou o exemplo de países europeus para considerar que «se um Parlamento é dissolvido e as eleições convocadas 15 dias depois» (como no Reino Unido), cinco semanas «não chega para uma eleição partidária?»

«Mas a data será aquela que os candidatos quiserem. Vai haver uma comissão eleitoral independente para que a data seja decidida. Se os candidatos quiserem, por mim até pode ser para o ano que vem. Mas seria uma irresponsabilidade deixar o partido em roda livre».
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