PNR quer ter mesma força que Le Pen - TVI

PNR quer ter mesma força que Le Pen

  • Portugal Diário
  • - Pedro Sales Dias
  • 29 mar 2007, 12:20
Lisboa - (Foto Lusa: António Cotrim)

Partido deseja ter voz no parlamento com eleição de deputados

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«Queremos ter a mesma força que a Frente Nacional de Jean-Marie Le Pen tem em França», referiu o presidente do Partido Nacional Renovador (PNR), José Pinto Coelho ao PDiário, que voltou a ganhar destaque nesta quinta-feira devido ao lançamento de uma campanha contra a imigração.

A declaração é tanto única como polémica no momento actual de «ressurgimento do nacionalismo». O líder do PNR quer que o partido tenha voz e que venha pelo menos a eleger um deputado à Assembleia da República. Há «milhares de portugueses» que se identificam com o partido, mas não o conhecem. Esse é o nosso drama», frisou.

Le Pen ganha força em França

Nas presidenciais de 2002, Le Pen passou à segunda volta com Jacques Chirac. Cinco anos depois, as sondagens colocam Nicolas Sarkozy na frente da corrida, mas o candidato da extrema-direita ocupa o quarto lugar e reúne 14 por cento das intenções de voto dos franceses.

O PNR encetou na quarta-feira uma «pequena provocação», quando instalou um cartaz em pleno centro de Lisboa, onde apela à expulsão dos imigrantes. «Basta de imigração. Nacionalismo é a solução», regista o outdoor ao mesmo tempo que lhes deseja «boa viagem».

O cartaz, que já suscitou imensa polémica na imprensa diária, já foi alvo de vandalismo, segundo o presidente do PNR que «naturalmente» atribui a sua autoria a «elementos de esquerda» num «claro acto de cobardia».

Caso o sucedido venha a gerar violência, à semelhança do que aconteceu em França contra Le Pen, José Pinto Coelho adverte que o PNR não vai incitar à violência, mas está pronto para se defender.

Expulsar apenas imigrantes «maus», porque também há os «bons e os simpáticos»

A iniciativa visa «reavivar a pasmaceira em que este país está mergulhado», salientou o líder que faz questão de referir que o cartaz serve apenas para chamar à atenção das pessoas para o PNR e que, na verdade, não quer expulsar todos os imigrantes. Apenas os «maus, os marginais e os ilegais», porque diz, também há os «bons e os simpáticos». Aliás o líder já foi emigrante no Brasil durante três anos.

A crítica do PNR é lançada à «política de imigração cega» e o seu presidente lança o «dedo acusador» à outra face da história: os «600 mil desempregados portugueses, a não promoção da natalidade e a corrupção crescente. Os portugueses estão a sofrer. Portugal é uma mãe que trata muito mal os seus filhos», aponta.

Em resposta às reacções de alguns responsáveis do Governo que condenaram o cartaz, José Pinto Coelho é assertivo em considerar que «esses irresponsáveis não podem acusar de violar coisa nenhuma. A hostilidade é mútua», disse acrescentando que as ameaças de estarem a incorrer em crime são «escandalosas e ridículas».

Governos democráticos têm sido «ditatoriais»

O PNR considera ainda que os «sucessivos governos» têm sido ditatoriais e têm discriminado a opinião das pessoas defendendo a ideia de um pensamento único». «Aceitam o lobby Gay, aprovam a uma lei criminosa (referendo ao aborto) e aceitam os partidos de esquerda, mas não os de extrema-direita», acusa José Pinto Coelho que define o seu partido como nacionalista e não fascista, mas com o lema «Família, vida e pátria».
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