«Promiscuidade» no fecho das urgências - TVI

«Promiscuidade» no fecho das urgências

  • Portugal Diário
  • 24 jan 2008, 18:31

Debate parlamentar sobe de tom por causa da reforma do sistema de saúde

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PSD e PCP acusaram esta quinta-feria o PS e o Governo de manterem uma relação de «concubinato» e «promiscuidade» no processo de encerramento de serviços de urgências, com os comunistas a voltarem exigir a sua suspensão imediata, noticia a agência Lusa.

«Há concubinato político entre o Governo e o PS», acusou o deputado do PSD, José Cesário, recordando o processo relativo à criação de um Serviço de Urgência Básica (SUB) em São Pedro do Sul, em Viseu.

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Segundo revelou na quarta-feira o presidente da Câmara de São Pedro do Sul, pouco mais de 30 minutos depois de ter sido informado pelo ministro da Saúde sobre a criação do serviço, já os deputados do PS por Viseu José Junqueiro e Miguel Ginestal informavam, por e-mail, que, «depois de reuniões efectuadas no último ano com o senhor ministro da Saúde» o concelho «terá SUB conforme estudo técnico realizado».

Na resposta à acusação de José Cesário, o deputado socialista José Junqueiro negou qualquer «promiscuidade», lembrando que os parlamentares têm o direito regimental de perguntar ao Governo o que é do interesse das populações que os elegeram. «Não há nenhuma promiscuidade», sublinhou.

Críticas da Direita à Esquerda

Apesar da resposta de José Junqueiro, o líder parlamentar do PCP Bernardino Soares insistiu, considerando existir «uma grande confusão entre o PS e as decisões do Governo».

«E não podemos falar só de promiscuidade com o aparelho partidário, mas também com o sector privado», acrescentou, criticando a política do Governo de «debilitar o Serviço Nacional de Saúde» para os privados aproveitarem.

Antes, numa declaração política no plenário da Assembleia da República, Bernardino Soares já tinha anunciado que o PCP irá apresentar novamente o seu projecto de resolução, chumbado pelo PS em Março, a exigir a suspensão imediata do processo de encerramento e concentração de urgências.

Pelo PS, a deputada Maria Antónia Almeida Santos rejeitou indirectamente a proposta, sublinhando que a reforma dos serviços de urgência que está em curso está a ser realizada de «modo faseado, tanto quanto possível negociada com os municípios e criando sempre os adequados meios de transporte».

«O Governo tem demonstrado capacidade de negociar», salientou, lembrando a herança que o Governo socialista recebeu de encontrar mais de meio milhão de portugueses a mais de uma hora de distância das urgências.

Pelo Bloco de Esquerda, o deputado João Semedo foi ainda mais longe que o PCP, considerando que «não basta suspender os encerramentos».

«O que é preciso é obrigar o Governo a dizer com verdade o plano, o investimento e os prazos da reforma», defendeu João Semedo, classificando como «burla» a reforma que está a ser anunciada.
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