Portas ameaça Governo com votos contra de toda a oposição - TVI

Portas ameaça Governo com votos contra de toda a oposição

Paulo Portas no Parlamento

Líder do CDS-PP garantiu que a «coligação negativa» acontecerá se Sócrates «abusar»

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Paulo Portas não gostou de ouvir os socialistas a falarem de uma eventual «coligação negativa», que envolveria todos os partidos da oposição, com vista a rejeitar os diplomas que o Governo tentasse fazer passar no Parlamento. Por isso, deixou uma ligeira ameaça no ar.

«Ninguém no seu perfeito juízo imagina um programa comum entre o PSD, o CDS, o BE e o PCP. Mas senhor primeiro-ministro: se acontecer, certamente acontecerá, que toda a oposição vote contra diplomas do Governo, pode ter a certeza que tal sucederá, quando e se fizer opções ou atitudes típicas do animal feroz, ou quando o senhor e o seu Governo abusarem», avisou.

Paulo Portas quer menos impostos para quem mais trabalha

O líder do CDS-PP considera que José Sócrates «ainda não definiu o seu rumo», exemplificando com a «encenação» da audição dos partidos em São Bento. « Decidiu fazer de conta que sondava para uma coligação o PSD matinalmente, o CDS por altura da sesta, o Bloco já à tardinha e o PCP pela hora do jantar. A sua intenção era que os portugueses o julgassem, por momentos, um político cordato, generoso e atencioso», afirmou.

Mas, para Portas, «quem convida toda a gente para uma coligação, não está a pensar em nenhuma». «E quem é tão indeciso nos convites, manifestamente não decidiu, ainda, para onde vai», acrescentou.

Paulo Portas traçou mesmo um cenário idílico, em que PSD e PCP aceitavam um acordo com o PS. «O que faria? Uma coligação Sócrates-Manuela-Jerónimo? E o que sucederia caso o CDS ou o BE tivessem tido a peregrina ideia de o surpreender afirmativamente? Quem excluiria? E porquê?», interrogou.

«Ameaçar, ameaçar, ameaçar»

O líder democrata-cristão também não gostou que tivesse sido o ministro dos Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão, e não a ministra da Educação, Isabel Alçada, a falar durante a semana sobre a avaliação dos professores.

«[Jorge Lacão] Preferiu entrar a pés juntos, revelar intransigência e ameaçar, ameaçar-nos e ameaçar o país com querelas constitucionais. Responda-me: se substituiu a anterior ministra por alguma razão foi, não? Se já duas vezes tiveram de rever aquele modelo de avaliação, por alguma razão foi, não?», questionou, referindo-se até ao anterior ministro desta pasta, Augusto Santos Silva: «Não troque o malhar, malhar, malhar, pelo ameaçar, ameaçar, ameaçar.»

Paulo Portas deu vários conselhos a Sócrates: «Negoceie com sinceridade, procure compromissos e aceite ceder quando é necessário.» E sobre uma moção de rejeição, que nem o CDS nem nenhum partido da oposição vai apresentar, acrescentou que o seu partido «teve a posição responsável». «Se recordo esse facto é para me dirigir ao primeiro-ministro, para reclamar que cumpra a sua parte, no que ao sentido de responsabilidade diz respeito», disse.

Entre mais uma ou outra ameaça implícita, Portas frisou que o Governo «não poderá, nos próximos quatro anos, usurpar o poder legislativo, que é do Parlamento, nem prejudicar a função fiscalizadora, que é desta Câmara».
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