Odete acha normal retirada de confiança a Mesquita - TVI

Odete acha normal retirada de confiança a Mesquita

  • Portugal Diário
  • 23 nov 2006, 21:30

PCP propôs a ambas as deputadas a sua substituição no Parlamento

Relacionados
A deputada comunista Odete Santos considerou hoje «normal» que o grupo parlamentar do PCP decida «quem acha que merece ou não confiança» política, comentando a retirada parcial da confiança à sua colega de bancada Luísa Mesquita.

«Os direitos não existem só individualmente, há direitos colectivos dos partidos», disse a parlamentar, que aceitou ser substituída na bancada do PCP com Abílio Fernandes, ao contrário de Luísa Mesquita.

Falando em Faro, à margem de uma reunião de apoiantes do «sim» à interrupção voluntária da gravidez, a deputada - cuja substituição foi hoje anunciada para 2007 - desmentiu qualquer divergência com o PCP e garantiu que, «se sair», é porque «é altura de dar lugar a gente nova».

Revelou que já sabia da retirada «parcial» de confiança política do PCP a Luísa Mesquita mas remeteu mais questões dos jornalistas «para a direcção do grupo parlamentar». Considerando, porém, «normal» que «um grupo parlamentar decida a determinada altura quem acha que lá deve ter ou quem acha, que, no grupo parlamentar, merece ou não confiança por algumas questões de procedimento».

O líder parlamentar comunista, Bernardino Soares, anunciou ainda a substituição do deputado Abílio Fernandes no início de 2007 pelo segundo na lista de Évora, João Oliveira, e a substituição de Odete Santos «após a previsível realização do referendo» sobre a despenalização do aborto, por Bruno Dias, candidato seguinte na lista de Setúbal.

Odete diz-se cansada

Mostrando-se agastada com as questões sobre a sua substituição, Odete Santos desmentiu que a sua saída se deva a qualquer divergência com o PCP, mas adiantou que está cansada de algumas vertentes da actividade parlamentar. «Não andem a tentar descobrir coisas que não existem, porque se eu não quisesse não estava no PCP», exclamou.

«Se eu sair, terá apenas a ver com a idade que eu tenho, com o facto de que já estou há 26 anos na Assembleia da República e porque estou um bocado farta de algumas coisas, não no grupo parlamentar, mas por exemplo de haver agora um referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez», disse Odete Santos, que participa hoje em Faro numa sessão a favor da despenalização do aborto, promovida pelo Movimento Democrático das Mulheres.
Continue a ler esta notícia

Relacionados