Ferreira Leite diz que não criticou aumento do salário mínimo

A presidente do PSD declarou quarta-feira que teria reunido a concertação social antes de anunciar o valor do salário mínimo para 2009 por entender que a variação salarial pode causar desemprego se não houver medidas compensatórias.

Entrevistada na SIC-Notícias quarta-feira à noite, Manuela Ferreira Leite sublinhou que é a favor de que haja um aumento do salário mínimo nacional e que nunca criticou os 450 euros anunciados para 2009.

«Tenho obrigação estrita, é um dever moral, de tentar explicar a todos que na situação económica em que estamos, não é em qualquer situação, a variação dos salários tem sempre consequências no emprego», acrescentou, contudo, a presidente do PSD.

Segundo Manuela Ferreira Leite, para o aumento do salário mínimo «não ter consequências no emprego é preciso que simultaneamente se tomem medidas em relação às empresas para que elas suportem este aumento». «Tem de se apoiar as empresas para que elas não provoquem desemprego», reforçou.

A presidente do PSD declarou depois que, precisamente para salvaguardar o emprego, não teria confirmado o valor do salário mínimo para 2009 sem antes reunir novamente os parceiros sociais que em 2006 assinaram um acordo com o Governo estabelecendo um aumento gradual do salário mínimo.

«Aquilo que eu acho que devia ter sido feito previamente ao anúncio do primeiro-ministro era ter sido reunido o conselho de concertação social», defendeu, referindo que o acordo de 2006 foi assinado «na base de um crescimento da economia portuguesa de 2,8 por cento, não foi em estagnação».

«É preciso em concertação social saber quais são as medidas necessárias para apoiar as empresas para que a consequência não seja aumentar o desemprego. É necessário reunir novamente as pessoas que chegaram a esse acordo para dizer: vocês para cumprirem isto do que é que precisam?», acrescentou Manuela Ferreira Leite.