JSD contra negociações com o PS sobre PEC

A JSD defende que o PSD deve votar contra o projecto de resolução socialista de apoio ao PEC e opõe-se a quaisquer negociações com o PS, disse esta quarta-feira à agência Lusa um dirigente desta estrutura.

A posição da Juventude Social Democrata (JSD) resulta de um entendimento de que as medidas contidas no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) não conduzirão ao crescimento económico do país e contrariam promessas feitas pelo primeiro ministro, justificou o mesmo dirigente.

Segundo a JSD, o PEC vai apertar o cinto às famílias nos próximos quatro anos, prejudicando sobretudo os jovens, quando devia apertar o cinto ao Estado, e, por estes motivos, o PSD deve votar contra o projecto de resolução socialista não aceitando negociar a sua viabilização.

Votação na quinta-feira

O projecto de resolução do PS vai ser votado na sessão plenária de quinta-feira à tarde, que foi reservada para o debate sobre o PEC.

De acordo com fontes sociais-democratas, na reunião de terça-feira da Comissão Política Nacional do PSD não houve nenhuma deliberação quanto ao sentido de voto em relação ao projecto de resolução socialista, embora vários dirigentes, como Paulo Mota Pinto, tivessem defendido o voto contra.

Na altura não era conhecido o texto do projecto de resolução do PS e a presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, disse que iria ainda ouvir o grupo parlamentar social democrata sobre esta matéria.

Esta quarta-feira de manhã, o grupo parlamentar social-democrata, presidido por José Pedro Aguiar-Branco, reuniu-se para discutir o projecto de resolução do PS mas isso acabou por não acontecer, porque o texto só foi divulgado a meio da reunião.

Embora sem discutir o conteúdo do projecto do PS, houve deputados a apontar argumentos políticos para o voto contra e, por outro lado, quem defendesse que o PSD se deve abster.

Bancada «laranja» ainda não deu indicação

A direcção parlamentar social-democrata não deu qualquer indicação aos deputados relativamente ao sentido de voto e remeteu a decisão do PSD para uma nova reunião da bancada, na quinta-feira às 11:00 horas, depois de analisado o texto apresentado pelo PS.

Segundo deputados sociais-democratas, Manuela Ferreira Leite também não comunicou aos deputados uma posição relativa ao sentido de voto e, falando do PEC, centrou as divisões entre PSD e PS nas grandes obras públicas.

A presidente do PSD referiu, contudo, que a suspensão das grandes obras públicas só tem efeitos a longo prazo e considerou que nos próximos anos a margem para adoptar medidas diferentes das contidas no PEC é curta, dada a situação em que o país se encontra e a necessidade de reduzir o défice das contas públicas.