Passos Coelho já fala na necessidade de mudança no país

O ex-candidato à liderança do PSD Pedro Passos Coelho afirmou esta sexta-feira à noite, perante mais de três centenas de pessoas no Bombarral, que o país precisa de uma mudança que transmita esperança aos portugueses.

Num jantar que reuniu no Bombarral militantes e simpatizantes de várias concelhos do Sul do distrito de Leiria, Passos Coelho falou da crise económica internacional e nacional e defendeu que se devem aproveitar «os momentos de dificuldades para reestruturar, criar um novo padrão de crescimento, uma nova maneira de estar», informa a agência Lusa.

«É preciso ter liderança na sociedade, saber mobilizar as pessoas e explicar que é possível fazer melhor que os outros e essa confiança no futuro é buscada dentro de nós próprios», disse o ex-candidato à liderança do PSD.

Questionado pelos jornalistas sobre a prestação da líder do partido, Passos Coelho respondeu que espera que Manuela Ferreira Leite «possa ser não apenas o rosto mas o agente dessa mudança para o PSD».

Sem embaraços em relação ao BPN

O ex-candidato à liderança social-democrata afirmou, entretanto que o PSD não deve ter qualquer «embaraço» relativamente ao BPN e ao facto de ter havido antigos dirigentes do partido com ligações ao banco.

«O facto disso ter existido não causa um elo de ligação político entre o PSD e o BPN, sustentou, acrescentando: «O PSD não tem rigorosamente nada que temer que se apure o que em sede de justiça tem que se apurar quanto ao BPN. O PSD não pode colocar-se na posição de achar que o assunto é incómodo».

Uma das figuras do partido que estiveram ligadas ao BPN foi Manuel Dias Loureiro, que foi administrador-executivo da SL Negócios, detentora do banco, entre Dezembro de 2001 e Setembro 2002 e administrador não-executivo até 2005.

Dias Loureiro é actualmente conselheiro de Estado e segundo Passos Coelho «não há nenhuma razão» para que saia desse cargo. «O doutor Dias Loureiro não foi constituído arguido nem foi acusado de coisíssima nenhuma e dentro destas condições não vejo nenhuma razão para que as suas funções sejam colocadas em questão», defendeu Passos Coelho.