«Coração na boca e mão na carteira dos outros» - TVI

«Coração na boca e mão na carteira dos outros»

Passos Coelho no congresso em Mafra

Pedro Passos Coelho acusa o PS de criar uma ilusão e tornar a sociedade dependente de subsídios

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Ditou a ordem do sorteio que Pedro Passos Coelho fosse o último candidato à liderança do PSD a falar aos militantes presentes no Congresso Extraordinário em Mafra, mas nada afastou os congressistas das cadeiras.

Depois de falar sobre a sua passagem pelo partido antes, durante e depois da JSD Passos Coelho abordou o futuro e as suas ideias para o país.

Mais do Sócrates, o candidato atacou o PS e os últimos 15 anos que estes estiveram no poder. «Se o PS substituísse o engenheiro Sócrates não pensem que os problemas acabavam». E porquê? «Porque há 15 anos o PS começou a distribuir mal a pouca riqueza que tínhamos. Distribuíram mal o que produzíamos e o que Portugal não tinha».

Pedro Passos Coelho foi mais longe e lembrou que «não foi o PSD que tornou a sociedade portuguesa dependente das prestações sociais». «Foi a ilusão socialista de que devemos ter o coração na boca e a mão na carteira dos outros».

«Exército de pobres»

Segundo Passos Coelho o país tem, neste momento, «um exército de portugueses que vivem na pobreza, que ficaram desempregados com 40 anos e não tiveram as oportunidades» que ele teve «para estudar».

Mas se «há uns que não vivem felizes com essa situação, outros acumulam tantos subsídios que ganham mais rendimentos que muitos portugueses que trabalham», criticou.

«Andar ao colo com o PS»

Passos Coelho dirigiu duras críticas a Constâncio e ao Procurador-geral da República. Mas enquanto um «foi promovido para vice do Banco Central Europeu», o candidato questiona porque motivo Sócrates não tem coragem para afastar Pinto Monteiro perante «uma justiça que não funciona e tem dois pesos e duas medidas».

O Orçamento de Estado (OE) e o PEC também não foram esquecidos no discurso de Passos Coelho, que admitiu aqui estar em discordância com alguns membros do partido. «Se o OE não serve o país, porque deveremos passá-lo? Porque o primeiro-ministro faz chantagem com a nossa responsabilidade, vamos andar com o PS ao colo?».

«E se o PEC só faz o emagrecimento das famílias porque esperam os socialistas a nossa complacência?», concluiu.

Perdoar: sim ou não?

Antes de abandonar o palco, Pedro Passos Coelho dirigiu-se a Alberto João Jardim, com quem tem tido «desentendimentos».

«Deixem-me, por favor, concluir, com uma palavra ao Alberto João Jardim», pediu. «Conhecemo-nos há muitos anos e quero lembrar que ainda me deve um almoço, por causa de uma aposta na altura das presidenciais de 1995», brincou.

Depois garantiu que, por não poder falar pessoalmente, pediu que lhe transmitissem, a ele e ao presidente da Câmara Municipal do Funchal as suas «sentidas condolências pela tragédia que aconteceu na Madeira».

«Não se importam que eu diga isto. Se há muito nos andamos a desentender, deixe-me dizer-lhe que não é só o senhor que sabe perdoar ao engenheiro Sócrates, eu também sei perdoar e também espero que saiba perdoar», concluiu.

Depois deste momento, Jardim foi sentar-se ao lado de Paulo Rangel.
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