O candidato «todo-o-terreno» - TVI

O candidato «todo-o-terreno»

Paulo Rangel e Ferreira Leite em campanha para as europeias

Ágil no contacto pessoal nas arruadas, que pontuam uma agenda pouco convencional, Rangel admite que esta experiência tem sido «das melhores» da sua vida

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Ao fim de uma semana de campanha para as eleições europeias, Paulo Rangel não está «nada cansado». O candidato que faz as contas a mês e meio na estrada, contando com a pré-campanha, não tem dúvidas de que irá entrar na «semana da confirmação».

«São os dados na rua» que trazem confiança na vitória, não mudando um centímetro do plano inicial: uma campanha de proximidade, reunindo com associações e líderes de comunidades locais, pontuada apenas pelos métodos «mais tradicionais» das arruadas e comícios, que no pavilhão municipal de Barcelos mostrou não ser o ponto forte desta campanha.

O candidato, que fez mais de sete mil quilómetros pelas estradas do país, queixa-se apenas de uma constipação passageira e continua «cheio de força e energia». «Se calhar vou chegar ao fim e sentir o cansaço todo de uma vez só», mas para já «sinto-me animadíssimo» - garante -, ao entrar numa «semana crucial» na campanha.

«Das melhores experiências da minha vida»

Questionado pelos jornalistas sobre esta primeira experiência de campanha, o candidato social-democrata admite que tem sido «fantástica», das «melhores da minha vida».



E tem surpreendido quem o olhava apenas como professor, deputado ou jurisconsulto. A estas «vestes» juntou a de político que convive com os eleitores nas arruadas, distribuindo sorrisos e palavras afáveis.

«Na rua sou um cidadão, mais interventivo», diz apenas. «No Parlamento sou deputado e em casa sou uma pessoa normal».

A era da política 3.0

Certo de que a «política 3.0» se faz e nas redes sociais online e do contacto directo com as pessoas, sobretudo aquelas que têm peso dentro das estruturas locais e que o passa-a-palavra é a maneira mais eficaz de chegar ao eleitor, o candidato mantém-se fiel ao programa inicial, certo de que «há tempo para tudo», mesmo que a volta pelo país seja feita «às voltas», com percursos extensos e agendas apertadas, atendendo às disponibilidade de quem quer partilhar com o candidato as suas preocupações.

Comícios e arruadas, difundidos em reportagens televisivas, não chegam para cativar o cidadão, garante, acusando o PS de não trazer para a campanha «uma única ideia». Pelo contrário, têm apostado na «futilidade política», não respondendo às inventivas que Rangel vai mandando sobre a crise, o fundo de emergência social, a educação, a agricultura ou os fundos comunitários.

Este domingo, Paulo Rangel chegou a Bragança, para uma volta por Trás-os-Montes, depois de só no fim-de-semana ter estado em Braga, Ponte de Lima, Arcos de Valdevez, Barcelos, Nisa, Portalegre, Mação e Tomar.

Mas até ao fim da campanha, que terminará sexta-feira em Lisboa, haverá mais voltas cheias de «energia». Ferreira Leite também voltará a assomar ao lado do candidato, que este domingo a elogiou pela sagacidade com que, há um ano, quando foi eleita presidente do PSD, vaticinou momentos difíceis para o país.

Poucas arruadas, poucos comícios, mas também pouca presença de Ferreira Leite, que explica porquê: «O meu candidato não precisa que tome conta dele, como José Sócrates tem de fazer com Vital Moreira». Bem pelo contrário, Rangel, em campanha, aparenta gostar de ser o «número 1».
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