Gaia: PS contra despejo das 58 famílias - TVI

Gaia: PS contra despejo das 58 famílias

  • Portugal Diário
  • 24 jan 2008, 13:28

Moram em casas na Escarpa da Serra do Pilar que é considerada zona de risco

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O PS/Gaia manifestou-se hoje contra o despejo das 58 famílias que moram em casas na Escarpa da Serra do Pilar, acusando a autarquia liderada pelo social-democrata Luís Filipe Menezes de ter critérios diferentes para moradores e investidores.

«É cínico considerar que seja uma zona de risco para os moradores, mas não o seja para o hotel de luxo e para o condomínio fechado que a câmara pretende ali construir», afirmou Eduardo Rodrigues, presidente da concelhia do PS/Gaia, em declarações à Lusa.

O líder da concelhia socialista reagia à decisão da Câmara de Gaia, anunciada quarta-feira, de realojar as 58 famílias que moram em casas na Escarpa da Serra do Pilar, sobranceira ao rio Douro, numa zona de alto risco que é propriedade do Estado e que a autarquia pretende reabilitar.

Nesse sentido, a autarquia notificou segunda-feira o Ministério das Finanças, proprietário do terreno, para a necessidade de o desocupar e iniciou quarta-feira a notificação das 58 famílias que ali residem, a quem foi dado um prazo de duas semanas para abandonarem o local.

«A Câmara de Gaia, com esta notificação, pretende criar um clima de pânico e de intimidação», denunciou o presidente do PS/Gaia, manifestando-se contra a necessidade dos moradores abandonarem em definitivo o local onde moram.

Para Eduardo Rodrigues, a Escarpa da Serra do Pilar «é uma zona de risco controlado, que a autarquia pode minorar com intervenções pontuais». Por essa razão, defendeu que os moradores «podem ter que sair durante uma ou duas semanas para permitir a realização dos trabalhos, mas não precisam de abandonar definitivamente o local onde moram».

Um levantamento feito pela autarquia registou 68 habitações na zona em perigo, das quais 10 estão devolutas e 58 ocupadas. Na conferência de imprensa realizada quarta-feira, o vice-presidente da autarquia, Marco António Costa, revelou que 13 famílias aceitam sair para uma habitação social disponibilizada pelo município, 22 aceitam sair mas primeiro querem saber quanto vão receber de indemnização e as restantes 19 querem continuar a viver naquele local.

Os problemas de segurança na escarpa agravaram-se em meados de Setembro de 2006, quando ocorreu um acidente que provocou vários feridos e danos materiais avultados em algumas habitações.
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