Coligação pode ser cenário mais plausível, prevêem politólogos - TVI

Coligação pode ser cenário mais plausível, prevêem politólogos

José Sócrates demite-se (LUSA)

Especialistas concordam que é difícil prever a reacção do eleitorado

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Um Governo de coligação poderá ser o cenário mais plausível em caso de eleições antecipadas, referiram, esta quarta-feira, politólogos ouvidos pela Agência Lusa.

Adelino Maltez, professor de ciência política do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, afirmou que se encerrou esta quarta-feira «o ciclo de governar com minorias». Uma coligação de Governo, um acordo de regime ou qualquer espécie de Governo em «concertação política» entre os partidos do «arco constitucional» são cenários que Adelino Maltez prevê como possíveis.

«O Presidente da República deverá tentar puxar para esse lado», referiu, ressalvando que Cavaco Silva «ainda não aceitou o pedido de demissão» do primeiro-ministro de José Sócrates.

Adelino Maltez referiu ter «esperança numa solução dos partidos do arco constitucional, europeus, em que estes aceitem os objectivos negociados com Bruxelas, não necessariamente os métodos». «O primeiro-ministro jogou, lançou os dados, mas é difícil para já ver qual é a reacção [do eleitorado], que é diferente num clima de disputa», indicou ainda.

O politólogo António Costa Pinto destacou a intenção anunciada pelo primeiro-ministro demissionário de «resistir eleitoralmente» em caso de legislativas antecipadas, prevendo que irá jogar com um discurso de «responsabilidade» a par da «ameaça da direita».

«Há duas incógnitas, sobretudo numa conjuntura de medidas de austeridade: como é que o centro-direita vai protagonizar uma alternativa de esperança e no caso do PCP e Bloco de Esquerda, até que ponto será significativa a mobilização do voto de protesto em relação a sete anos de governo», apontou.

António Costa Pinto acrescentou que com uma crise «muito significativa», o resultado de eventuais eleições antecipadas estará sujeito «a uma grande volatilidade».

O investigador e vice-reitor da Universidade de Lisboa, Manuel Villaverde Cabral, afirmou que «previsivelmente serão o PSD e o CDS-PP» a encontrarem uma solução de governo em caso de antecipadas. Mas «vai ser difícil, porque o 'animal feroz' não é mau candidato», frisou.
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