A «ponte» da discórdia - TVI

A «ponte» da discórdia

  • Portugal Diário
  • 3 abr 2008, 17:33
Porto de Lisboa [imagem do site do Porto de Lisboa]

BE e PCP concordam com localização. PSD e CDS querem debate mais amplo

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A deputada do Bloco de Esquerda Helena Pinto considerou, esta quinta-feira, adequada a localização escolhida pelo Governo para a terceira travessia do Tejo, Chelas-Barreiro, mas manifestou preocupação quanto ao financiamento, escreve a agência Lusa.

«A localização da terceira travessia está em debate há mais de dez anos. Já nessa altura havia a hipótese Chelas-Barreiro, pensamos que é a localização adequada». No entanto, a deputada do BE manifestou «preocupação em relação ao financiamento», exigindo que o Governo esclareça o que vai fazer sobre «o contrato de concessão com a Lusoponte».

«Queremos saber qual é a posição do Governo, se vai resgatar o contrato de concessão da Lusoponte que é praticamente a dona do rio Tejo ou se vai propor apenas alterações», afirmou.

PSD prefere Beato-Montijo

O PSD, por seu lado, disse estar «muito preocupado» com a forma como o Governo decidiu pela localização da terceira travessia do Tejo no eixo Chelas-Barreiro, considerando que a localização Beato-Montijo seria «a melhor solução».

«Estamos preocupados. Achamos que pode estar aqui a ânsia do primeiro-ministro apresentar decisões, que se tem revelado na pressa de lançar concessões e inaugurações. Tudo isto pode estar a precipitar uma má decisão», alertou Jorge Costa, deputado do PSD e ex-secretário de Estado das Obras Públicas, em declarações à Lusa.

«Todas as notícias que vieram a público iam no mesmo sentido: de que a melhor solução era Beato-Montijo, tinha menor impacto ambiental, não perturbava a navegabilidade do rio Tejo, era uma solução mais barata e não tinha influência na paisagem», enumerou.

O deputado social-democrata salientou que ainda não é conhecido o relatório elaborado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e considera que o processo de escolha por parte do Governo esteve envolvido «em grande secretismo». Apesar da decisão do Governo o PSD diz que vai insistir na necessidade da realização de um amplo debate.

«Cicatriz» em Lisboa

O deputado do CDS-PP António Carlos Monteiro considerou que a localização Chelas-Barreiro para a terceira travessia deixará «uma cicatriz na cidade» de Lisboa e exigiu «um debate sério» sobre o impacto ambiental e visual. Em seguida, lembrou que os especialista em Transportes José Manuel Viegas e o professor Nunes da Silva defendem a localização Beato-Montijo.

Considerando que «não está em causa a necessidade» de uma terceira travessia do Tejo, António Carlos Monteiro aproveitou para criticar o presidente da câmara de Lisboa, António Costa, por «não defender os interesses da cidade».

«Reivindicação antiga»

Tal como o Bloco de Esquerda, o deputado comunista Bruno Dias afirmou que a escolha de Chelas-Barreiro para a terceira travessia do Tejo representa o reconhecimento de «uma reivindicação antiga» das populações, defendendo a salvaguarda do carácter público da construção e exploração.

«A localização Chelas-Barreiro era uma reivindicação antiga do PCP, do poder local e das populações, é uma infra-estrutura necessária», afirmou Bruno Dias, em declarações aos jornalistas, no Parlamento. Mas o deputado teme «a forma de negociar do Estado que entrega negócios muito lucrativos a grupos económicos prejudicando o interesse nacional e o das populações».

«Decisão viciada»

Quanto ao Partido Ecologista «Os Verdes«, a deputada Heloísa Apolónia criticou o Governo por anunciar a nova travessia sem realizar estudos prévios de impacte ambiental, considerando que se trata de uma «decisão viciada».

PP
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