Nova ponte será «ícone» para Lisboa

O estudo prévio de engenharia para a travessia Chelas/Barreiro, elaborado por António Reis, projecta uma «ponte que se tornará num ícone de Lisboa», afirmou esta quinta-feira o administrador da Rave, Carlos Fernandes, desmentindo qualquer «impacto visual brutal», escreve a agência Lusa.

Em declarações à agência Lusa, o administrador da empresa responsável pelo lançamento do concurso para os estudos prévios, a Rave, explicou que o projecto prevê que «o tabuleiro da ponte fique 50 metros acima da superfície das águas, sustentado por pilares com 200 metros», dimensões que garantem um impacto visual reduzido, especialmente de zonas históricas de Lisboa, como o Terreiro do Paço.

Não tem nada a ver com a ponte prevista

«O que está, de facto, projectado, nada tem a ver com a ponte apresentada num estudo» da consultora em Transportes de José Manuel Viegas, a TIS, e que inclui uma projecção fotográfica da Chelas/Barreiro «com proporções desmesuradas, com pilares de 600 metros e a uma altura da superfície de mais de 100 metros», adiantou Carlos Fernandes.

«Além disso, a ponte do projecto de António Reis não tem tirantes, a não ser próximos da margem, do lado Norte. Muito perto da margem, a cerca de um quilómetro, já não há tirantes, é um simples viaduto», afirmou aquele responsável, exemplificando com a ponte Vasco da Gama.

Ponte será «ícone» para a cidade

Aliás, para Carlos Fernandes, a terceira travessia do Tejo na área metropolitana de Lisboa vai tornar-se «a par com as duas já existentes - Vasco da Gama e 25 de Abril - um ícone arquitectónico da cidade de Lisboa».

Os estudos prévios para a ponte e respectivos acessos ficaram a cargo do professor António Reis e das consultoras Grid e Globalvia.

Os autores procederam a uma «georeferenciação de toda aquela zona a implantaram geometricamente a ponte no sítio onde vai ficar, o que dá um resultado completamente diferente da imagem que foi divulgada e que está completamente deformada», afirmou Carlos Fernandes, referindo-se à imagem incluída no estudo da TIS.

O administrador da Rave disse ainda que o estudo de impacto ambiental da travessia está «na fase final» e que deverá ser entregue à agência Portuguesa de Ambiente no início de Maio.

Problemas para navios

Quanto às dificuldades na manobrabilidade dos navios no estuário do Tejo, Carlos Fernandes garantiu que o projecto da ponte tem em conta a circulação de navios no rio e foi sendo discutido com a Comunidade Portuária de Lisboa.

Esse diálogo levou à «introdução de algumas correcções ao projecto, à medida que o estudo foi avançando», pelo que «não terá efeitos impactantes na circulação de navios no Tejo», garantiu.

PP