Wikileaks: PCP diz que Governo e Luís Amado foram «de facto muito acarinhados» - TVI

Wikileaks: PCP diz que Governo e Luís Amado foram «de facto muito acarinhados»

Luís Amado

Partido vai tomar «alguma iniciativa na Assembleia da República» sobre as revelações da Wikileaks

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Carlos Gonçalves, da comissão política do PCP, considerou esta quarta-feira que a divulgação de relatórios diplomáticos norte-americanos que referem o Governo português «só surpreende que alguém se surpreenda» e que a responsabilidade política é do primeiro-ministro e do Governo.

Segundo a agência Lusa, o partido comunista «ainda não concluiu o que irá fazer», mas «naturalmente será tomada alguma iniciativa na Assembleia da República», com o responsável a admitir a proposta de um inquérito e de um «esclarecimento da verdade e resposta do senhor ministro (Luís Amado)».

Lembrando a ameaça do ministro se demitir «se algum dia se soubesse a verdade», Carlos Gonçalves referiu que esse é um «problema» que cabe agora a Luís Amado «julgar».

«Nós não responsabilizamos apenas o senhor ministro (...) a responsabilidade política é do Governo. É em primeiro lugar do primeiro-ministro e do Governo», afirmou.

O responsável lembrou que o PCP sempre argumentou que o Governo português sabia dos «repatriamentos», assim como dos «próprios transportes de prisioneiros pela CIA para os Estados Unidos e Guantanamo».

O partido comunista lamentou que «provas circunstanciais» recolhidas, que eram «esmagadoras», não tivessem sido corroboradas por testemunhas ou que um «agente do Governo as confirmasse».

«A negação do ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, então ministro da Defesa, serviu a agenda da operação do imperialismo norte-americano, a operação de agressão inaceitável de desrespeito pelo direito internacional e direitos humanos», acusou.

Carlos Gonçalves argumentou que o Governo e o ministro foram «de facto muito acarinhados», como dizem as revelações, lembrando que Luís Amado «teve o papel de colocar no plano internacional a proposta dos Estados Unidos de dividir os prisioneiros de Guantanamo».

«A verdade começa agora a vir ao de cima, mas há muito mais verdades e os acontecimentos começam a confirmar e são a ponta do iceberg do que de facto se passou», resumiu à Lusa.

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