«Sem Mugabe não teria havido cimeira» - TVI

«Sem Mugabe não teria havido cimeira»

  • Portugal Diário
  • 12 dez 2007, 14:48

Declaração de Luís Amado, presidente do conselho de ministros da UE

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O presidente do conselho de ministros da União Europeia (UE), Luís Amado, afirmou hoje que sem a presença do contestado Presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, a Segunda Cimeira UE-África não se teria realizado, noticia a Lusa.

Luís Amado, que falava numa reunião conjunta das comissões parlamentares de Negócios Estrangeiros e de Assuntos Europeus, respondia a uma interpelação do deputado social-democrata Mário David, que questionou a suspensão da proibição de concessão de visto a Mugabe para que pudesse participar na Cimeira do fim-de-semana passado e disse que «pessoalmente não teria tomado essa iniciativa».

«Sem Mugabe não teria havido cimeira» porque essa era uma exigência da União Africana (UA), disse o ministro dos Negócios Estrangeiros português, acrescentando que Portugal "abriu o jogo" sobre essa questão desde o princípio, nomeadamente com o governo britânico, que sempre se opôs à participação de Mugabe e cujo primeiro-ministro, Gordon Brown, faltou à Cimeira pela mesma razão.

«Quando em Janeiro me reuni em Londres com a minha homóloga Margaret Beckett pusemos logo as cartas na mesa», disse, acrescentando ter sido sempre claro para todos os parceiros que a posição portuguesa assentava na convicção de que «o interesse estratégico da Europa não pode ser posto em causa por um problema bilateral».

«O risco foi assumido, o convite foi feito (¿) e se olharmos para as participações que tivemos, 71 chefes de Estado e de governo, só podemos constatar que não estávamos isolados na percepção de que o interesse estratégico europeu se protege melhor se forem criadas condições para o diálogo com África», disse.

No geral, Luís Amado considerou que a presidência portuguesa «foi sem dúvida uma presidência arriscada», porque «a vida política é feita de risco e de bom senso», e que a prevalência desse bom senso «permitiu desenvolver a argumentação necessária para convencer os aliados e os parceiros da bondade das nossas intenções».
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