«Eu não tenho um ping-pong» com o Presidente - TVI

«Eu não tenho um ping-pong» com o Presidente

Defendeu Passos Coelho sobre as declarações de Cavaco

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À saída do Conselho Nacional do PSD, o primeiro-ministro justificou que não pode entrar em ping-pong com o chefe de estado.

«Eu não respondo ao senhor Presidente da República. Quero fazer esta observação preambular, porque eu não tenho um ping-pong público, mediado pelos senhores jornalistas e pelas televisões, relativamente às intervenções do senhor Presidente da República. Portanto, não vou responder àquilo que, em cada circunstância, o senhor Presidente da República entenda dever afirmar», retorquiu Passos Coelho.

Em seguida, o primeiro-ministro considerou que todos sabem, incluindo o Presidente da República, que o Governo está a realizar reformas em «grande volume» para que a economia portuguesa se transforme e volte a crescer e a criar emprego, ao mesmo tempo que faz o controlo das contas públicas «com muita exigência e rigor».

Passos Coelho foi depois questionado sobre a carta que doze primeiros-ministros da União Europeia dirigiram aos presidentes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu, promovida pelo primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, e que hoje foi referida por Cavaco Silva como um sinal de que «o acento tónico está a ser colocado no desenvolvimento económico» ao nível europeu.

Na resposta, o primeiro-ministro desvalorizou essa iniciativa, considerando que «está razoavelmente no consenso que se tem vindo a estabelecer de há muito tempo a esta parte no seio da Europa», no sentido de um «aprofundamento do mercado interno» e de uma aplicação «mais intensa da diretiva de serviços em toda a União Europeia».

Por outro lado, Passos Coelho referiu que essa carta «não aponta ainda caminhos concretos, não tem medidas em concreto», e acrescentou que o próximo Conselho Europeu vai ser «muito dedicado» à preocupação de, paralelamente ao controlo das contas públicas, haver «uma agenda de transformação estrutural» que fomente o crescimento económico.

«Portanto, o facto de o Governo português não ter sido consultado em especial sobre essa matéria não tem grande significado para mim, devo dizer, e nem significa que haja agora aqui alguma posição ou de amuo ou de qualquer birra pessoal. Essas coisas não se tratam nesses termos. O sentido do conteúdo da carta não merece a nossa discordância», concluiu.

Ainda a este propósito, o primeiro-ministro considerou que «não há um eixo franco-alemão que domine a Europa», mas «duas grandes economias, a alemã e a francesa, que têm através dos seus líderes, do presidente francês e da chanceler alemã, procurado sintonizar posições que possam ajudar a Europa a vencer esta crise».
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