«O Governo está a enganar os portugueses» - TVI

«O Governo está a enganar os portugueses»

Louçã

Louçã diz que suspensão de reformas antecipadas foi feita «à socapa» e não é justificada

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O dirigente do Bloco de Esquerda Francisco Louçã classificou esta sexta-feira a decisão de suspender as reformas antecipadas de «matreira» e acusou o Governo de estar a enganar a população por retirar subsídios e não os devolver, noticia a Lusa.

«Foi uma decisão matreira, porque o Governo, na mesma altura em que promete que não há mais medidas de austeridade, toma à socapa uma decisão que não é justificada pela situação da Segurança Social, mas simplesmente por limitar os recursos financeiros», afirmou o coordenador do Bloco de Esquerda (BE), Francisco Louçã, aos jornalistas, antes da apresentação, em Matosinhos, do livro «A Dividadura ¿ Portugal na crise do euro», que assinou com Mariana Mortágua.

O Governo aprovou a «suspensão imediata» das normas do regime de flexibilização da idade da reforma antes dos 65 anos, mas admite o acesso à pensão de velhice apenas aos desempregados involuntários de longa duração.

Este novo regime, aprovado em Conselho de Ministros a 29 de março, foi publicado na quinta-feira em Diário da República, depois de promulgado pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e entra hoje em vigor.

Louçã acusou o Governo de estar «a enganar os portugueses», referindo-se ao tema dos subsídios de Natal e de férias, que só regressarão, segundo o ministro das Finanças, em 2015, após o final do programa de ajustamento.

«O Governo enganou os portugueses. Disse que o plano era 2012 e 2013 e que depois devolvia. Ora, o Governo tirou, a quem descontou para a sua reforma, dois meses do seu salário, e a trabalhadores o mesmo», disse o coordenador bloquista.

Francisco Louçã mencionou, ainda, a informação veiculada pela manchete de hoje do semanário «Expresso», segundo a qual as «contas do Governo só preveem 20 por cento dos subsídios em 2015», com o valor a subir para 50 por cento no ano seguinte.

«Parece que agora [o Governo] admitiria devolver uma semana dos dois meses que retirou e diz que é um lapso. Os portugueses já perceberam o que é que isto quer dizer: "lapsou" dois meses e agora aceita devolver, parece que é uma semana. Percebe-se então porque é que a economia está tão destruída. Porque a diminuição dos salários tira emprego», declarou Louçã.

O ministro das Finanças admitiu, na quinta-feira, ao fim de várias questões da oposição, «um lapso» ao ter dito em entrevista à RTP que a suspensão dos subsídios de férias e de Natal terminaria com o programa, que acabaria em 2013.

«O senhor deputado Pedro Filipe Soares, quando cita a minha entrevista na RTP, teve o escrúpulo de citar a frase completa. Durante a vigência do programa de ajustamento - e esse programa de ajustamento termina em 2013 -, essa minha afirmação não altera o período de vigência do programa que está fixado desde o início, isto é 2014. Trata-se naturalmente de um lapso, o que está aqui em causa é o período de vigência do programa, como repetido no articulado, quer no relatório do Orçamento do Estado para 2012», disse o governante.
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