OE 2012: Seguro e Assis novamente em desacordo - TVI

OE 2012: Seguro e Assis novamente em desacordo

Líder adia decisão, candidato derrotado queria anunciar já a abstenção

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O secretário-geral do PS, António José Seguro, frisou que os socialistas só comunicarão o seu sentido de voto face ao Orçamento do Estado para 2012 depois de ser conhecida a proposta do Governo.

A posição de António José Seguro foi transmitida aos jornalistas no final da reunião da Comissão Política do PS, que durou três horas e meia.

Na reunião, Francisco Assis, candidato derrotado à liderança do PS, defendeu que os socialistas deverão comunicar imediatamente que se abstêm na votação do Orçamento do Estado para 2012, posição que justificou face às circunstâncias «absolutamente excepcionais da vida do país».

De acordo com Assis, a ideia de que o PS se abstém na votação do Orçamento é «um importante sinal» que Portugal dará para o exterior e é independente de críticas que faça depois às propostas do Governo.

No entanto, António José Seguro, assim como uma clara maioria dos membros da Comissão Política do PS, discordou da posição de Assis.

«A nossa posição será comunicada depois de conhecida a proposta de Orçamento [do Governo], que não conhecemos», declarou o secretário-geral do PS aos jornalistas.

Sobre a reunião da Comissão Política do PS, o secretário-geral considerou que se travou «um bom debate» sobre a situação política do país.

«Estou muito satisfeito [com o resultado da reunião], fiz uma intervenção inicial lá dentro e não vou dizer mais nada», disse Seguro.

Facilitar o caminho da direita?

Francisco Assis negou que haja dirigentes socialistas que concorrem para facilitar a vida dos partidos do Governo ao forçarem a definição do sentido de voto dos socialistas no Orçamento.

«Ninguém no PS está deliberadamente a concorrer para facilitar o caminho da direita. Na questão do Orçamento, é natural que haja pontos de vista diferentes», declarou o ex-líder parlamentar dos socialistas no final da reunião da Comissão Política do PS.

De acordo com fontes ligadas à minoria de Assis, durante a reunião, o secretário-geral do PS terá sugerido que quem força a discussão sobre o sentido de voto em relação ao Orçamento beneficia a direita.

Mas a corrente de Francisco Assis queixou-se ainda do tom e do teor de intervenções proferidas por dois apoiantes de Seguro: do vice-presidente da bancada socialista José Junqueiro e do ex-eurodeputado Manuel dos Santos.

Segundo relatos feitos por elementos desta corrente minoritária, José Junqueiro terá criticado socialistas que têm dificultado a vida ao secretário-geral do PS ao longo das últimas semanas, enquanto Manuel dos Santos terá usado a ironia, sugerindo que Assis «fala bem, mas nem sempre é compreendido pelo comum dos mortais».

No final da reunião, Assis deixou um recado em declarações aos jornalistas. «O PS é um partido plural na discussão, mas é unido no momento da decisão. Sempre assim foi e assim continuará a ser», disse.

Sobre as divergências processuais em torno do voto do PS no Orçamento do Estado para 2012, Francisco Assis vincou que «neste domínio não há certezas e não há dogmas de espécie alguma». «Há uma discussão a levar a cabo no interior do PS», declarou.
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