«Vice» do CDS quer remodelação governamental - TVI

«Vice» do CDS quer remodelação governamental

José Manuel Rodrigues admite que a forma de funcionamento desta coligação está «esgotada»

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O vice-presidente do CDS-PP José Manuel Rodrigues defende uma eventual «remodelação governamental», embora tenha declarado que, em nome dos interesses do país, a coligação PSD/CDS-PP «não deve estar em risco».

«Acho que, em nome dos interesses do país, a coligação não deve estar em risco. Agora é preciso repensar o relacionamento ente os dois partidos e eventualmente uma remodelação governamental», declarou aos jornalistas, à entrada para a reunião da comissão política, que decorre este sábado no Hotel Porto Palácio, no Porto.

O CDS-PP reúne este sábado a comissão política e o conselho nacional para discutir as medidas de austeridade anunciadas pelo Governo, esperando-se a primeira intervenção do líder, Paulo Portas, que se tem remetido ao silêncio sobre o tema.

Segundo José Manuel Rodrigues, a forma de funcionamento desta coligação está «esgotada».

«Há falta de coordenação política entre os dois partidos e entre os dois partidos no próprio Governo e desse ponto de vista é necessário, sem pôr em causa a estabilidade política do país e a própria existência da coligação, tentar renegociar a forma como ela funciona», acrescentou.

Na opinião do vice-presidente do CDS-PP, o que deve ser renegociado é sobretudo a «coordenação política» e a «própria orgânica governamental», porque «já se concluiu que esta redução de ministérios não foi benéfica para o país».

«Eu acho que está esgotada a forma de relacionamento entre os dois partidos e a forma de coordenação política no próprio interior do Governo. Não há química entre os dois partidos. Já houve mais problemas nesta coligação do que nas anteriores e tudo isso deve ser refletido e devem ser retiradas as devidas ilações para o futuro», apontou.

O vice-presidente do CDS-PP considerou que é possível «recuar» nas medidas sobre a Taxa Social Única e defendeu que o CDS deve renegociar o Orçamento com o PSD, envolvendo parceiros sociais e Presidente da República.

«Eu acho que o CDS deve, depois deste conselho nacional, partir para um processo de negociação do próprio Orçamento do Estado com o seu parceiro de Governo, o PSD, e envolvendo também, naturalmente, outras instituições, como os parceiros sociais, e o senhor Presidente da República», declarou José Manuel Rodrigues.

«Julgo que a crise política atingiu uma tal dimensão, as divergências são tão profundas, que é preciso envolver mais gente para além dos dois partidos no Orçamento do Estado», acrescentou o vice-presidente do CDS-PP, referindo que é possível «recuar», que «é possível negociar» e tentar encontrar «melhores medidas do que aquelas que foram agora anunciadas».

Para o vice-presidente da bancada parlamentar do CDS-PP, é preciso sobretudo encontrar «novas medidas que substituam estas que estão a ser muito contestadas e que o CDS disse desde o início que não eram necessárias, nem eram medidas boas para o país».

«Acho que há tempo até à entrega do Orçamento do Estado na Assembleia da República [até 15 de outubro] para que os dois partidos, os parceiros sociais, o principal partido da oposição, que deve ser envolvido, o senhor Presidente de República, encontrarem soluções para o país, designadamente, soluções financeiras e económicas melhores do que aquelas que foram anunciadas», disse.
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