Governo está preocupado com Autoeuropa - TVI

Governo está preocupado com Autoeuropa

Autoeuropa pode fechar portas

O Governo português está «profundamente preocupado» com «a situação de conflito» laboral na Autoeuropa, que ameaça a futura viabilidade da fábrica de Palmela.

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«Esperamos que as partes tenham a capacidade de se entender e chegar a um acordo que seja útil para a empresa, os trabalhadores e o País», afirmou Vieira da Silva citado pelo «Diário de Notícias». O ministro do Trabalho realçou a importância da Autoeuropa para a economia portuguesa - em 2003, a empresa representava quase 5% das exportações nacionais -, mas, como adiantou Manuel Pinho, o ministro da Economia, «não é uma questão em que o Governo possa intervir» directamente.

Marques Mendes, o líder do PSD, considerou «uma catástrofe» a eventual saída da Autoeuropa do País, atendendo à sua «importância para a economia e as exportações portuguesas». E fez votos para que o «bom senso e sentido de responsabilidade» imperem nas negociações. O Bloco de Esquerda, por seu lado, quer saber «quais as diligências que estão a ser feitas [pelo Governo] junto da VW no sentido de viabilização desta aposta crucial para a economia portuguesa».

A administração da Autoeuropa e a comissão de trabalhadores é que parecem não estar dispostos a fazerem mais cedências.

Em declarações ao DN, Julius VonIngelheim, director dos recursos humanos da fábrica, alerta que «o acordo tem por principal objectivo preparar a Autoeuropa para enfrentar o futuro e ter capacidade de resposta quando comparada com os concorrentes da Europa de Leste». A administração propõe aumentos de 2,5% para os próximos 15 meses, avisando que «só as fábricas com elevados padrões de flexibilidade, salários competitivos e baixos custos com o pessoal têm hipóteses de sobrevivência». E lembra que a empresa precisa de garantir mais um novo modelo para garantir a sua viabilidade.

Os trabalhadores, que reclamam um aumento médio de 3,5% (mais 35 euros por funcionário), é que não se impressionam com os argumentos do grupo alemão. Em declarações ao DN, António Chora, da Comissão de Trabalhadores, teme que se repita em Palmela o mesmo que sucedeu em Wolfsburg, em Outubro - os sindicatos alemães foram obrigados a aceitar um aumento da carga horária para garantirem que a produção do novo SUV Marrakesh ficaria na Alemanha (chegou a falar-se na possibilidade de o modelo vir para Portugal). Sem este modelo, a fábrica poderia fechar.

Amanhã, um novo plenário de trabalhadores poderá decidir o futuro da fábrica de Palmela.
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