Ministério da Economia assume que todo-o-terreno não vem para Portugal - TVI

Ministério da Economia assume que todo-o-terreno não vem para Portugal

Logotipo da Volkswagen

O todo-o-terreno da Volkswagen vai ficar na Alemanha. A confirmação da decisão, que deverá ser oficial na próxima semana, foi dada à Agência Financeira pela Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa. Uma opção que não surpreende o Ministério da Economia.

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Depois de muitas negociações e especulações acerca do destino da produção do modelo SUV Compact, é com «alguma decepção» que o responsável pela Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, António Chora, vê um dos «motores de arranque» para o crescimento da economia portuguesa não chegar a Palmela.

A decisão, que deverá ser oficialmente conhecida no próximo dia 26, também não deixa o Ministério da Economia surpreendido. Em declarações à Agência Financeira, fonte oficial do ministério assumiu que esta opção era expectável.

«Tudo indicava que não vinha (¿). Nesta altura não há mais nada a dizer», afirmou a fonte oficial. A mesma acrescentou, no entanto, que o «Governo fez tudo para trazer o projecto» para Portugal, mas à que aguardar pela decisão do dia 26.

O responsável da Comissão de Trabalhadores, justifica esta decisão com as «fortes as pressões sentidas pela marca alemã, Volkswagen».

De acordo com António Chora, para além das cedências por parte dos trabalhadores da fábrica alemã, o Governo da Baixa Saxónica investiu para que o carro, também conhecido por Marrakesch, ficasse na Alemanha.

Na opinião do mesmo responsável, a Volkswagen deixou que as questões políticas se sobrepusessem às questões económicas, pois «entre evitar o desemprego na Alemanha e proporcionar mais postos de trabalho em Portugal, a balança pesou para o lado mais forte».

Se a decisão fosse apenas económica, o carro seria feito em Portugal, já que, os critérios defendidos pela Volkswagen foram sempre o baixo custo de produção, o desempenho, a produtividade e a polivalência, apresentados pela Autoeuropa, que segundo António Chora, são «imbatíveis» em Portugal.

A Comissão de Trabalhadores chegou a escrever uma carta ao director alemão da marca, explicando as consequências que a Autoeuropa iria sofrer se a opção do local para a construção do carro não fosse Palmela, demonstrando, assim, a insatisfação dos trabalhadores portugueses quanto às decisões políticas da Volkswagen.

Os custos foram sempre o factor decisivo para a atribuição do local de construção automóvel mas, «afinal não são só os custos», disse o responsável. Isto porque na Alemanha a estratégia passa por «admitir centenas de aprendizes, visto que os salários são muito mais baixos que os dos técnicos», acrescentou ainda.

«A verdade é que os aprendizes não conseguem construir o carro sozinhos e, portanto, irão ser colocados noutros cargos da fábrica e os técnicos, com mais experiência, terão que intervir, o que faz com que a produção saia mais cara», garantiu.

A Agência Financeira contactou ainda a Autoeuropa, mas até ao fecho desta peça não foi possível obter qualquer comentário.
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