Concorrência reconhece que há preços que resistem a ajustamentos - TVI

Concorrência reconhece que há preços que resistem a ajustamentos

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Manuel Sebastião concorda com tese de economista que fala de disparidade de preços

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O presidente da Autoridade da Concorrência reconheceu esta sexta-feira que existem preços de bens que resistem aos ajustamentos, que nem a concorrência consegue resolver.

«Concordo com as observações expressas», disse Manuel Sebastião, segundo a agência «Lusa», referindo-se às declarações de Alberto de Castro, economista e professor da Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica do Porto, relativas à rigidez da descida dos preços de alguns produtos.

Há problemas que «não são resolúveis via concorrência» que têm a ver com os «sticky prices (preços resistentes)», acrescentou Manuel Sebastião no 4º Congresso da Ordem dos Economistas.

Alberto de Castro disse no mesmo seminário que existem em Portugal «instituições que rigidificam a descida dos preços», referindo-se às descidas recentes dos preços das matérias-primas nos mercados internancionais, nomeadamente dos cereais e dos combustíveis.

«Há preços que têm que reflectir a descida dos custos dos factores», disse.

Durante a sua intervenção como moderador, Manuel Sebastião evitou fazer mais comentários sobre o assunto, sublinhando que estava ali como economista e não como presidente da Autoridade da Concorrência.

À saída da conferência também não quis prestar esclarecimentos aos jornalistas.

A expressão «sticky prices» refere-se a preços que demoraram algum tempo a ajustar a uma variação de alguns dos preços dos factores, dado que algum atrito os impede de ajustar imediatamente.

O estudo da Autoridade da Concorrência sobre o mercado de combustíveis, apresentado no início de Junho, diz que não foram encontrados indícios de cartelização em Portugal, uma conclusão que o próprio presidente sublinhou na altura não querer dizer que essa cartelização não exista.
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