ANA diz expandir Portela é mais caro que OTA (Actualização1) - TVI

ANA diz expandir Portela é mais caro que OTA (Actualização1)

Aeroporto - Aviões

(Actualização 1) O novo presidente do Conselho de Administração da ANA - Aeroportos de Portugal, António Guilhermino Rodrigues, acredita que optar pela expansão do aeroporto da Portela acabaria por ficar mais caro do que a construção de uma nova infra-estrutura na OTA.

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«Os incrementos marginais (para aumentar a capacidade em Lisboa) ficam cada vez mais caros e um dia hão-de se esgotar. Optar por isto (alargar a Portela) seria, no futuro, ficar sem solução», disse este responsável no terceiro fórum de infra-estruturas e transportes organizado pelo Diário Económico.

Em defesa do avanço deste investimento, reafirmado agora pelo Executivo de José Sócrates, e na sua tentativa de «mostrar a boa vontade do projecto», como dizia, António Guilhermino Rodrigues explicou então que a OTA «é uma questão de racionalidade económica». Até porque aumentar a capacidade da Portela só para mais 1 milhão de passageiros custa cerca de 50 milhões de euros, e cada acrescento «vai ficando mais caro.

«Podíamos, de facto, construir mais um terminal (para os aviões) na Portela. Arrasava uma parte de Lisboa, pagava a todas as pessoas que lá estão e, no fim de contas, estava a pagar mais do que por um novo», acrescentou. Ou seja, «qualquer investimento que se faça na Portela não terá efeitos práticos», garante.



De acordo com os estudos efectuados, o aeroporto de Lisboa ficará saturado com 15 milhões de passageiros anuais e 40 movimentos de aeronaves, em hora de ponta. Actualmente, Lisboa tem capacidade para cerca de 34 movimentos de aviões, por hora.

A agravar a urgência de uma decisão está, segundo o mesmo, o facto de, e apesar do 11 de Setembro, o aeroporto de Lisboa estar a registar crescimentos «dentro das expectativas» que existiam antes da crise provocada pelos ataques terroristas. Isto quer dizer que têm «crescido 5,5% ao ano».

Investimento estimado de 3.000 milhões de euros

Guilhermino Rodrigues lembrou ainda que o investimento estimado para o novo aeroporto da OTA é de 3 mil milhões de euros, financiados em 18% por fundos públicos nacionais e comunitários. No caso destes últimos «são fundos que ou vêm para Portugal ou vêm para outros países, e cujo fim tem que ser este ou então vai para as estradas», referiu esclarecendo a audiência sobre eventuais ideias de poderem ser canalizados para outras áreas como a saúde, por exemplo.

Em termos de financiamento está ainda previsto que 15% seja um empréstimo ao BEI e 20% a participação dos accionistas. Sobre esta matéria explicou ainda que, tal como tinha sido previsto nas grandes orientações do projecto, o desenvolvimento da OTA dar-se-á através de uma parceria público-privada, que articule a contratação da concepção, construção, financiamento e exploração do aeroporto, com a entrada accionista privado de referência no capital da ANA, mediante um aumento de capital.

Ainda assim tudo estará sujeito a alterações, já que se encontra em reanálise o plano director de referência da obra, a estrutura para a transacção, o calendário, a rede de acessibilidades e o próprio modelo de financiamento, disse ainda o presidente da ANA.
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