Banco público alemão recebe 30 mil milhões de garantias

O banco público regional alemão HSH Nordbank conseguiu obter até 30 mil milhões de euros de garantias públicas no quadro dos dispositivos de apoio ao sector bancário postos em marcha pelo Governo alemão, diz a agência «Lusa».

Um acordo nesse sentido foi alcançado sexta-feira à noite entre o banco e o fundo especial de estabilização dos mercados financeiros disponibilizado pelo governo, segundo um comunicado divulgado pelo HSH Nordbank, este sábado.

O banco de Hamburgo e o Estado regional de Schleswig-Holstein, no norte da Alemanha, que já registou mais de dois mil milhões de euros de desvalorização desde o início da crise financeira, em 2007, tinha pedido esta garantia ao Estado em Novembro.

Os accionistas do banco vão, segundo o comunicado «tudo fazer para que o banco beneficie de capitais próprios de forma apropriada» e «para isso há diversos instrumentos à disposição».

«Além da entrada de capital do interior e do exterior, a supressão de activos entra principalmente em linha de conta», sublinha a instituição.

A direcção e os accionistas do banco vão reunir-se nas próximas semanas para discutir estes arranjos, acrescenta o comunicado.

O antigo patrão do HSH Nordbank, Hans Berger, apresentou a demissão a 10 de Novembro «devido às consequências da crise financeira» no seu grupo.

As garantias concedidas a este banco surgem pouco depois do maior banco público regional alemão, o LBBW de Baden-Wurtemberg, ter recebido cinco mil milhões de euros dos seus proprietários (Estado regional, caixas de aforro e cidade de Stuttgart) para fazer face à crise.

O LBBW poderá também pedir ao Estado uma garantia entre 15 e 20 mil milhões de euros.

O banco alemão Hypo Real Estate (HRE), já salvo da falência pelo Estado, anunciou também sexta-feira ter recebido uma nova garantia pública no montante de 20 mil milhões de euros que vai servir para se refinanciar.

O banco público bávaro BayernLB foi o primeiro na Alemanha a pedir ajuda ao Estado, tendo recebido uma injecção de capital de 5,4 mil milhões de euros do governo federal e mais mil milhões de euros de accionistas regionais.

A crise financeira arrasou o sector bancário público alemão, que ainda há alguns anos era considerado um modelo de estabilidade mas que foi seriamente afectado por múltiplos investimentos de risco.