Qimonda: governador da Saxónia fala em segunda oportunidade - TVI

Qimonda: governador da Saxónia fala em segunda oportunidade

Fábrica da Qimonda

Falência pode permitir relançar fabricante alemão

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O ministro-presidente da Saxónia considerou a falência da Qimonda, este sábado em destaque na imprensa alemã, «uma segunda oportunidade» para relançar o fabricante alemão de semicondutores, cuja unidade de produção em Vila do Conde é o maior exportador português.

«A nossa tarefa agora é fazer o possível para possiblitar uma segunda oportunidade para a Qimonda e para isso vamos iniciar rapidamente conversações com o gestor da falência», disse Stanislav Tillich na sexta-feira à noite à televisão pública ZDF, citado pela agência Lusa.

Quando lhe perguntaram de quem é a responsabilidade da situação na Qimonda, Tillich disse que é necessário ver quais foram as responsabilidades do Estado alemão, «mas também é preciso esclarecer qual é a responsabilidade da União Europeia».

A imprensa alemã chamou este sábado a falência da Qimonda às primeiras páginas e o assunto é também alvo de comentário nos principais jornais.

«Era evidente que a Qimonda não tinha salvação e só com apoios irresponsáveis do Estado seria possível mantê-la, mas nunca a longo prazo», afirma o «Die Welt».

O mesmo jornal acrescenta que «a morte da Qimonda já estava decidida há anos e a separação da casa-mãe, a Infineon, em 2006, foi a confissão do fracasso», sublinhando que Taiwan e a China fabricam um produto tão bom como o da Qimonda, mas mais barato.

O principal jornal económico alemão, o «Handelsblatt», afirma que «talvez só a compra por um concorrente pudesse salvar a Qimonda, mas eles nem a queriam se fosse oferecida» e considera «sábia» a decisão do governo regional da Saxónia, onde se situa a principal fábrica da empresa, de não investir ainda mais dinheiro na Qimonda.

O plano de salvação apresentado em Dezembro, que compreendia um investimento de 325 milhões de euros-150 milhões do Estado federado da Saxónia, 100 milhões de Portugal, através de um grupo de bancos, e 75 milhões da Infineon, o accionista maioritário-não chegariam «para compensar as perdas da Qimonda num só trimestre», lembra o mesmo matutino.

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Falência após falhanço do financimento=

Já o «Sueddeutsche Zeitung», de Munique, onde está situada a sede da Qimonda, põe a tónica nas questões políticas, perguntando como é que o governo alemão pode assistir passivamente à falência da Qimonda e, simultaneamente, pensar num novo pacote de ajudas aos bancos.

«O governo federal deixa uma empresa de altas tecnologias afundar-se, embora, devido à crise financeira, já tenha planos para apoiar outras indústrias», critica o Sueddetusche Zeitung.
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