Indústria farmacêutica fala em 737 milhões de dívidas de hospitais - TVI

Indústria farmacêutica fala em 737 milhões de dívidas de hospitais

Genéricos: Descida no preço pode agravar factura

Critica descida de 30% dos medicamentos genéricos

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A indústria farmacêutica acusou os hospitais do Serviço Nacional de Saúde de dever mais de 737 milhões de euros aos laboratórios e de demorar mais de um ano a pagar estas facturas.

A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica diz que o «montante das dívidas hospitalares parece não ter fim à vista» e que os laboratórios acusam os hospitais de estarem a «pagar a um prazo médio sempre crescente», adianta a «TSF».

A Apifarma criticou ainda a descida de 30 por cento do preços dos medicamentos genéricos decretada pelo Governo, medida «extremamente penalizadora» e cujo «impacto a prazo perspectiva consequências duras e difíceis».

Para esta associação, esta medida contraria mesmo «de forma drástica os mecanismos de estabilidade e previsibilidade definidos no protocolo celebrado com o Governo em 2005 e a legislação de preços posteriormente aprovada».

«O sector farmacêutico tem sido um alvo particularmente visado pelo Governo, em detrimento de outras áreas com menor repercussão nas condições de vida das pessoas», acrescenta esta nota.

A Apifarma lembrou ainda as «duas baixas administrativas de preços, cada uma de seis por cento» aplicadas em 2006 e 2007, e referiu que os laboratórios prosseguem em 2008 «a aplicação da nova metodologia de preços conduziu, transversalmente a mais baixas».

A associação realçou ainda as «restrições ao acesso dos doentes aos medicamentos nos mercados ambulatório e hospitalar, penalizando directamente os doentes» e recordou que «agravar o contexto do sector e de toda a cadeia de valor do medicamento levará à sua debilitação, com a consequente perda de competitividade e redução do emprego».

Numa reacção a este comunicado, a ministra da Saúde confirmou estes números divulgados pela Apifarma e explicou que os hospitais têm de encontrar uma solução para saldar as suas dívidas à indústria farmacêutica.

«É um processo que tem de ser discutido com os hospitais. A maior dos hospitais são empresas e têm de ser desenvolvido com eles todo o processo e todo o ajustamento que tem de ser feito para que possam ser efectuados os pagamentos em tempo devido», explicou Ana Jorge.
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