Constâncio já não vai ser aumentado - TVI

Constâncio já não vai ser aumentado

Constâncio

Banco de Portugal decidiu suspender os aumentos salariais para este ano

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[Última actualização às 9h00 de dia 22 de Maio]

O conselho de administração do Banco de Portugal (BdP) não será aumentado este ano. Fonte da instituição liderada por Vítor Constâncio disse à Agência Lusa que, apesar de no ano passado, por lapso, não ter havido aumentos, também este ano os aumentos não serão processados; isto apesar de os aumentos do BdP serem, por lei, iguais aos da Função Pública.

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Esta quinta-feira, o jornal «i» avançou que o governador do Banco de Portugal, o presidente da Autoridade da Concorrência e o presidente da Anacom, bem como as respectivas equipas de administradores, iriam receber este ano um aumento salarial de 5%.

Esta actualização resulta de um lapso que deixou a equipa liderada por Vítor Constâncio sem o aumento anual de 2,1% que foi decidido para a função pública em 2008, a que tinha direito. A situação afectou também os conselhos de administração de outras entidades reguladoras nacionais, como a Anacom, do sector das comunicações, e a Autoridade da Concorrência.

Depois do lapso, a situação seria assim corrigida este ano. Por isso, Constâncio, Manuel Sebastião e Amado da Silva e respectivas equipas receberiam este ano dois aumentos: o do ano passado, de 2,1%, e o deste ano, de 2,9% (o mesmo que foi decidido para a função pública), num total de 5%, refere o jornal, que cita fonte oficial do Banco de Portugal.

Mas a instituição de Vítor Constâncio já veio anunciar, ao final da tarde desta quinta-feira, que não irá aceitar os aumentos, o que irá implicar que as administrações da Anacom e da Autoridade da Concorrência também não serão aumentados, já que os salários estão indexados ao BdP.

Constâncio com aumento de 5%

Durante o dia, os partidos da oposição denunciaram o que consideraram ser uma «situação indecorosa e inaceitável». O PCP, pela voz do deputado Honório Novo, lançou um desafio ao ministro das Finanças e ao Governo para que «não assine a autorização, para que estes aumentos não sejam processados: em nome dos desempregados e de quem não tem salário para chegar ao fim do mês, pedimos que os administradores das autoridades reguladoras e do BdP não aceitem estes aumentos».

Também o PSD considerou o caso uma «profunda injustiça» e «totalmente inaceitável». «Tanto Vítor Constâncio, como os restantes quadros, são muito bem pagos. Não nos podemos esquecer que estamos num ambiente extremamente adverso, com as famílias a sentirem muitas dificuldades. Mais: assistimos ao senhor governador a referir, em Abril passado, que se fosse agora discordaria dos aumentos de 2,9% para a Função Pública», frisou Miguel Frasquilho.

O CDS-PP lembrou ainda que Vítor Constâncio é o terceiro governador mais bem pago do Mundo, apenas com Hong-Kong e Itália à sua frente. «Numa altura de crise e dificuldades, esta situação não é razoável», disse Diogo Feio.
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